"Jamais me conformei com o fato de o governo, instituidor e responsável pelo SUS, pagar planos de saúde para seus funcionários. O pior é que os R$ 48 milhões da Câmara significam 1,2% do que o governo federal gasta com planos de seus funcionários e em mais sete estatais. Quando reitor da Unicamp, e no Hospital Pérola Byington (SP), nos anos 80 e 90, oferecemos o serviço SUS aos funcionários. E deu certo. Além deles, milhares de cidadãos desistiram de seus planos de saúde e foram gratuitamente bem atendidos nesses hospitais. O que acontece na Câmara é apenas uma amostra lamentável dessa política de privatização acrítica e da dicotomia da saúde brasileira: saúde pobre para os pobres e no mercado para quem puder pagar ou tenha padrinho. A maior propaganda dos planos de saúde quem faz é o governo, oferecendo um SUS precário e ainda os financiando."JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI , deputado federal -DEM-SP (Brasília, DF)
Folha de S.Paulo, 14/01/09
"Seria engraçado se os funcionários das empresas particulares de planos de saúde tivessem cobertura de outras empresas, e não de seus empregadores. Ainda mais se o custo maior recaísse sobre o patrão. Servidores públicos, não importa de que poder, jamais poderiam estar cobertos, com custeio do governo, por outra entidade que não fosse o SUS -Sistema Único de Saúde. No governo petista, então, existem motivos até ideológicos para isso. Mas nunca se viu um jornalista do PT escrever algo a respeito." PAULO SERODIO (São Paulo, SP)
Folha de S.Paulo, 15/01/09.