A pedidos: sou contra greve no setor saúde. Quem não estiver contente com o que ganha e como trabalha, pode e deve reinvidicar novas condições de remuneração e de atividade profissional. Se, não atendido, deverá procurar outro lugar, se demitindo. O empregador descobrirá quando não tiver mais a quem contratar que há necessidade de melhores salário e condição de trabalho. O que não pode existir é o "finja que trabalha, que finjo que pago". Agora, advirto que haverá iluminados propondo médicos cubanos ou brasileiros formados em Cuba como solução para a baixa remuneração no Nordeste.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
A disputa presidencial nos EUA: o financiamento do setor saúde
The New England Journal of Medicine publica artigo excelente (acesso livre) mostrando o financiamento das campanhas presidenciais e, a participação do "setor saúde". Esse artigo enfatiza o que já falava a muito nesse blogue: depois da guerra do Iraque, a assistência médica será o principal tema. E, não menosprezem o ex-governador de Massachusetts, Mitt Rommey que iniciou a cobertura universal naquele estado. Ele é o segundo maior receptor de fundos do setor saúde, a primeira, obviamente é Hillary Clinton. Meu prognóstico é que os dois disputarão a presidência pelos respectivos partidos, fingirão que não há guerra no Iraque e, se mostrarão que são muito mais dedicados à causa da cobertura universal do que o (a) oponente.
Em 2006, os maiores contribuidores eleitorais foram os setores financeiros, bancários e imobiliários. O segundo foi o da saúde, cuja participação foi da Big Pharma, seguido dos hospitais, das associações profissionais e, por último das medicinas de grupo.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Aniversário do Blog
Completou um ano de idade, o Blog do Paulo Lotufo. Dirigido à elite, ele está sendo lido pela elite, sem qualquer preconceito. Jornalistas e assessores de imprensa representam um proporção generosa dos frequentadores assíduos dessas páginas.
Graças a Roberto Romano, ao blog do Alon e a revista Pesquisa Médica houve saltos no acesso a esse blogue.
O enfoque principal continuará ser a macropolítica da saúde e da educação em mundo globalizado há muito tempo.
No início enveredei um pouco no midia criticism, mas confesso que não é a minha especialidade e, trata-se de tarefa das mais difíceis. Por isso, abandonei o acompanhamento da imprensa, exceto na cobertura da violência, em particular das taxas de homicídio, que considero um dos equívocos mais sérios da cobertura jornalística brasileira.
Outro lado, que evitei foi o passionalismo da blogosfera não entrando em questões político-partidárias. Quem gosta de sangue, terá outros locais para extravasar suas frustações. Por isso, limitei várias manifestações que considerei indevidas.
As questões relacionadas a direitos humanos -enfermeiras búlgaras presas na Líbia - tiveram grande repercussão, bem como o caso Avandia que proporcionou um recorde de acessos e, segundo uma jornalista foi o local onde parte da imprensa da área se atualizou.
Por uma questão de disciplina profissional, estou dedicando meia hora do dia para editar o post do dia. Haverá sempre mais temas para comentar do que tempo para editá-los.
Obesidade infantil nos EUA: pesquisa de opinião
The Wall Street Journal realiza pesquisa de opinião sobre a epidemia de obesidade na infância há três anos. A preocupação com o problema aumentou de 77% em 2005 para 84% agora. A maior responsabilidade é dos pais para 83%, seguido das escolas por 28%, indústria alimentícia com 27% de menções em respostas múltiplas. Aumentou de 65% para 78% a proporção de americanos que concordam muito que as propagandas dirigidas a crianças representam um fator importante na determinação da obesidade. Outros aspectos considerados também relevantes são a péssima dieta e pouca atividade física nas escolas e o excesso de uso de jogos e equipamentos eletrônicos pelas crianças em casa. Três quartos do entrevistados concordam que deve haver limite à publicidade dirigida às crianças e, 90% consideram importante o uso da contra-propaganda, aquela a favor de alimentos pouco calóricos e da atividade física.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Vasectomias: a realidade e os planejadores
O Estado de S.Paulo repercute informação do Ministério da Saúde sobre o aumento do número de vasectomias no Brasil. Desculpem, mas não consigo outro termo a não ser: bobagem! A vasectomia foi somente legalizada e, agora contabilizada. Ela é realizada há décadas nos hospitais públicos, pronto-socorros e unidades básicas de saúde por médicos que são procurados por mulheres indicando o marido ou pelo próprio homem pedindo o procedimento. Médicos altruístas em sua grande maioria, operavam código de cirurgia "varicocele". Conheço médico que há vinte anos fazia a cirurgia no plantão do pronto-socorro depois da meio-noite (menor movimento) por quem o procurasse antecipadamente. Não recebia um centavo por fora, a não ser bolos e doces que dividia com os colegas. Outro colega fez tantas vasectomias no serviço público e, gratuitamente em instituição filantrópica, que quando se candidatou a cargo eletivo pensou que se elegeu pelo seu forte discurso ideológico de esquerda, mas descobriu depois que a maioria dos seus eleitores eram pacientes e familiares operados por eles.
Esses fatos mostram a crueldade de todos os encastelados no poder formal e informal contra a contracepcção dos pobres mantiveram anos a fio. Somente agora, há um mínimo de cidadania reprodutiva. Ao contrário de algums médicos que consideram a legislação atual permissiva, eu a considero restritiva, apesar de ser um avanço. Afinal, quem tem 1000 reais para pagar a vasectomia pode realizá-la bons hospitais de São Paulo, sem qualquer discussão prévia. Mas, no serviço público há um enormidade de exigências decorrente da lei vigente.
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