Uma notícia escondida no meio do caderno "Cotidiano", sem qualquer menção na capa da edição ou do caderno mostra notícia importante: a regressão das taxas de mortalidade tanto na capital como no Estado de São Paulo. O pouco destaque do jornal seja motivado pelo receio de ser confundido como fato eleitoral. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública por semestre para mostrar que apesar dos atentados orquestrados por presidiários em maio de 2006, as taxas de homicídio no primeiro semestre de 2006 foram as menores desde há dez anos. Apesar das redução das taxas, ainda estamos longe dos valores de 1980 e, das taxas observadas em outros países.
A compreensão do fenômeno "declínio de homicídios" encontra-se em quatro publicações técnicas muito bem elaboradas por acadêmicos contratados pela própria Secretaria de Segurança Pública. O material foi escrito em linguagem técnica, com limite à interpretação do não iniciado em epidemiologia.
A causa da redução não fica clara, da mesma forma que não foi possível entender o aumento dos assassinatos nos anos 80. Uma somatória de ações preventivas, repressivas e demográficas seria a explicação mais desejável. A conclusão indesejada seria que o crime realmente tornou-se organizado e, reduziu a violência para garantir os negócios ilegais. As publicações técnicas podem ser acessadas em http://www.ssp.sp.gov.br/estatisticas/
Outra publicação de acesso livre é de pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz onde há uma descrição da violência fatal nas capitais de estados brasileiros em 2003. Esse artigo mostra que o homicídio não é característica de Rio de Janeiro e São Paulo, cidades onde as sedes das redes de televisão tornam tudo muito mais visível. Recife, Maceió, Vitória, Porto Velho e Belo Horizonte tiveram taxas mais elevadas do que Rio e São Paulo.
O texto de Edinilsa Ramos de Souza e Maria Luiza Carvalho de Lima denominado The panorama of urban violence in Brazil and its capitals Ciênc. saúde coletiva vol.11 no.2 Rio de Janeiro Apr./June 2006 está acesso livre em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232006000200014&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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