The New York Times (03/06/07) apresenta reportagem extensa (texto completo para leitores cadastrados) sobre o relacionamento de médicos com empresas farmacêuticas para realização de pesquisa com medicamentos. O tema específico é o pagamento por recrutamento de pacientes para ensaios clínicos. E, há fraudes que prejudicam diretamente o sujeito da pesquisa, mas também a médio e longo prazo a própria empresa contratante. Aqui, no Brasil os estudos estão concentrados em hospitais e faculdades de medicina, o que de certa forma reduz esse comportamento. O Board (equivalente ao nosso Conselho Regional de Medicina) de Minnesota já condenou um médico por comportamento considerado fraudulento no recrutamento de pacientes para estudo com medicamentos.
Esse tema – a pesquisa clínica – merece vários comentários, mas a questão básica é que o problema é muito mais de quem é contratado do que é o contratante. Se, médicos, hospitais e faculdades de medicina abandonam sua missão de acolher o doente e formar recursos humanos, o problema é muito mais de profissionais e instituições do que das empresas que por sua vez também são lesadas. O texto do NYT enfatiza que
Payments by drug companies to doctors, whether or not the doctors have been disciplined, are a matter of much debate. Drug makers and doctors say the money finances vital research and helps educate doctors about helpful medicines. But others in the medical profession say the payments are thinly disguised incentives for doctors to prescribe more, and more expensive, drugs.
Isso mostra também que o destino do recurso obtido de pesquisa – quando feita de forma honesta e correta – é o que mais interessa nesse debate. Para isso, nada melhor que a transparência. Relato aqui que recurso obtido no estudo Clarity foram aplicados em grande parte para criar e organizar o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, hoje uma realidade com financiamento dos Ministérios da Saúde e da Ciência & Tecnologia.
domingo, 3 de junho de 2007
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