Resumo do problema apresentando pelo O Filtro:
O Datafolha, para marcar seus 25 anos de existência, repetiu sua primeira pesquisa de opinião pública. Em 1983, o principal medo dos paulistanos era o custo de vida. Hoje, não há nenhuma preocupação de ordem econômica entre os cinco primeiros lugares. O que preocupa é a violência. E, pelos números, não haveria motivo para isso. Em 1983, 12,8 pessoas em cada 100 mil eram assassinadas em São Paulo. No ano passado, foram 11,8. A resposta parece estar no passado mais recente. Esse índice cresceu até 1999, quando se registraram 28,4 homicídios/100 mil. Desde então a taxa de homicídios vem caindo.
Comento: além das sequelas da epidemia de homicídios há outro aspecto importante a ser considerado. Homicídio é parte da violência, mas a sua manifestação mais rara e, restrita a grupos sociais, como homens jovens pobres. Há inúmeros exemplos de sociedades com baixa taxa de homicídio e, altas taxas de roubos, assaltos e violência sexual. Esse fato lembra livro de impacto relativamente grande publicado há onze anos nos Estados Unidos onde os fatos eram muito semelhantes a São Paulo de 2008. O livro de Franklin Zimring e Gordon Hawkins, Crime Is Not The Problem, Lethal Violence in America (Oxford University Press, 1997) merece ser relido e, analisado com os dados brasileiros atuais.
Chamou-me a atenção de fatos interessantes como a comparação entre Nova Iorque e Londres. Apesar das taxas menores de homicídio em Londres em 1990, a capital britânica registrava 66% a mais de roubos e 57% a mais de furtos do que Nova Iorque. Há outra comparação também entre Los Angeles e Sidnei com resultados semelhantes.
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