A Folha de S. Paulo (27/12/06) publica reportagem completa sobre o aumento dos planos de saúde. Comparando com três apurações de preço (Dieese, Fipe e IBGE), a "inflação geral" foi menor do que a "inflação na área da saúde" e, os reajustes sempre acima das duas taxas. A Agência Nacional de Saúde Suplementar e a Abramge constestam a conclusão do artigo. Porém, a comparação entre o salário médio e o custo da mensalidade da média dos planos mostra que em quatro anos, a proporção desse item está aumentando. Obviamente, os planos de saúde são sempre os vilões na ótica dos entrevistados.
Não concordo com essa visão. Hoje, há necessidade de se reformatar a assistência médica para permitir que a iniciativa privada possa atuar de forma realmente suplementar ao Sistema Único de Saúde. Caso contrário, não estamos com "Sistema Único" e nem com "Sistema Suplementar", mas sim com dois sistemas paralelos e contraditórios.
Minha proposta é que os planos de saúde dediquem-se à atenção primária e secundária. Não precisariam incluir nas suas apólices atendimentos caros como aids, câncer, cirurgia cardíaca e transplantes. Com isso poderiam cobrar valores bem abaixo do agora praticado a um número maior de participantes. O sistema público poderia se focar mais no atendimento de emergência e de alto custo, que aliás é praticamente o único provedor, mesmo para os segurados.
A preocupação com o sistema suplementar é fundamental para reduzir a transferência dos atuais segurados aos hospitais públicos. Como esse contigente populacional é mais organizado e, os recursos dos hospitais serão os mesmos, continuaremos a assistir a redução do acesso aos mais necessitados.
Antes que receba pedras daqueles que não suportam a medicina de grupo, ressalto que a saída cooperativa, tipo UNIMED, é a mais adequada para a os sistema suplementar. O futuro mostrará que UNIMED e SUS consiguirão unir a capacidade empreendedora (UNIMED) com um a proposta de equidade (SUS).
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