sábado, 5 de maio de 2007

Quebra de patentes: decisão técnica, sem patriotismos.

A decisão da quebra da patente do efavirenz é um decisão técnica. ponto final. Se for manifestação patrioteira - com assessores do Presidente cantando o Hino Nacional - será uma besteira tremenda, sem qualquer ganho. Minha opinião é que a Merck Sharp & Dhome "piscou", na certeza de seria mais um caso Kaletra com a Abbott, quando o Ministério rugiu, mas depois voltou atrás. Importante notar que foi José Serra e o PSDB que impuseram uma forma nova de relacionamento com a Big Pharma. Ela foi melhor para o programa de aids, mas não foi melhor para a indústria farmacêutica local (capital estrangeiro e brasileiro, mas criando conhecimento e empregos no país) e, também para os interesses estratégicos da Big Pharma. Aliás, brigar com a Merck para conseguir 30 milhões de desconto com empresas de genérico indianas não compensa em nada ao país.
A atitude mais consequente será conseguir que a Big Pharma traga tecnologia para cá, ao invés de vender produto pronto. Quem aplica essa política é o governo americano. De leve, avisou que a Roche suíca deveria abrir uma fábrica nos Estados Unidos para produzir o tamiflú, indicado para a gripe aviária. A empresa cedeu.
Estarei essa semana participando do Congresso Interamericano de Hipertensão em Miami, onde amanhã participarei de mesa redonda sobre obesidade.

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