segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Vasectomias: a realidade e os planejadores

O Estado de S.Paulo repercute informação do Ministério da Saúde sobre o aumento do número de vasectomias no Brasil. Desculpem, mas não consigo outro termo a não ser: bobagem! A vasectomia foi somente legalizada e, agora contabilizada. Ela é realizada há décadas nos hospitais públicos, pronto-socorros e unidades básicas de saúde por médicos que são procurados por mulheres indicando o marido ou pelo próprio homem pedindo o procedimento. Médicos altruístas em sua grande maioria, operavam código de cirurgia "varicocele". Conheço médico que há vinte anos fazia a cirurgia no plantão do pronto-socorro depois da meio-noite (menor movimento) por quem o procurasse antecipadamente. Não recebia um centavo por fora, a não ser bolos e doces que dividia com os colegas. Outro colega fez tantas vasectomias no serviço público e, gratuitamente em instituição filantrópica, que quando se candidatou a cargo eletivo pensou que se elegeu pelo seu forte discurso ideológico de esquerda, mas descobriu depois que a maioria dos seus eleitores eram pacientes e familiares operados por eles.
Esses fatos mostram a crueldade de todos os encastelados no poder formal e informal contra a contracepcção dos pobres mantiveram anos a fio. Somente agora, há um mínimo de cidadania reprodutiva. Ao contrário de algums médicos que consideram a legislação atual permissiva, eu a considero restritiva, apesar de ser um avanço. Afinal, quem tem 1000 reais para pagar a vasectomia pode realizá-la bons hospitais de São Paulo, sem qualquer discussão prévia. Mas, no serviço público há um enormidade de exigências decorrente da lei vigente.

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