Auguste Bebel (1840-1913) foi líder da social-democracia alemã no século XIX, companheiro de Marx e Engels e, autor de uma frase histórica que costuma ser creditado aos outros dois mais famosos: "o anti-semitismo é o socialismo dos tolos". Hoje (20/11/06), na Folha de S. Paulo, três economistas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, jovens ainda para cometer tolices, afirmam entre outras coisas que "...os resultados deletérios não atingem só o Nordeste. A concentração populacional em São Paulo torna a cidade ingovernável. O desemprego favorece a violência. O preconceito é reforçado: boa parte da elite paulistana acredita que tais problemas são causados pelos nordestinos. " Eles lançaram o manifesto do "antipaulistismo". Discutir política fiscal desigual é uma coisa, acusação de preconceito é outra bem distinta. Calma lá! São Paulo é uma cidade inclusiva, ou menos exclusiva que as demais capitais. Há 120 anos, ela praticamente não existia, italianos, portugueses, japoneses, árabes, alemães a construíram na primeira metade do século, depois brasileiros de outras regiões continuaram a tarefa junto com judeus, coreanos, italianos do pós-guerra. Hoje, uma comunidade boliviana se insere cada vez mais no cotidiano de parte da cidade.
Essa nova modalidade de atuação pública de criar polêmica, conseguir platéia e, depois montar uma ONG com verbas públicas já tem sido aplicado em outros setores, como meio ambiente, questão racial, agora, talvez haja interesse na questão regional, visto que a concorrência nas demais áreas é grande. O problema maior é que os três signatários são empregados de empresa pública que decide investimentos no país.
Voltando a Bebel, o "antipaulistismo é o socialismo dos tolos".
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