Apareceu o pai da criança, ou melhor a mãe da criança "dados de homicídio de São Paulo". Trata-se da arquiteta Cecília Martinez, mexicana que dirige a agência da ONU para moradias. Bem, se dependermos dela e dessa agência para a questão de moradia contiuaremos ao relento. Vejam, as duas declarações abaixo em negrito. Haja irresponsabilidade. Jornalistas, por favor não confiem em organismos internacionais, invariavelmente são dirigidos por pessoas com qualificação sofrível.
ONU admite: dados eram antigos
SP diz que índice de homicídio é atualizado todo dia em site
Jamil Chade e Bruno Paes Manso
O mal-entendido criado pela ONU com o governo de São Paulo permanece. Na segunda-feira, a agência da ONU para moradia - Hábitat - publicou o primeiro relatório sobre a violência nas cidades e apontou que 1% dos homicídios do mundo ocorreriam em São Paulo. O governo do Estado reagiu e negou que esses seriam os números corretos e atualizados."Fizemos um grande esforço para coletar todas as informações. Sabemos que não são os dados mais recentes. Mas era o que tínhamos de mais confiável", afirmou ontem a diretora do escritório do ONU Hábitat para a América Latina, Cecília Martinez. "Alguém precisava iniciar o debate e foi isso que fizemos. Pedimos que os governos providenciassem os dados mais recentes da violência para que possamos fazer nosso trabalho nos próximos anos."A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirma que os dados de criminalidade no Estado são públicos. O governo publica trimestralmente, desde 1995, os números da área de segurança no Estado, que estão disponíveis no site da secretaria na internet.O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, ligou ontem para o diretor do escritório da ONU no Brasil, Giovanni Quaglia, e explicou que os dados de criminalidade estão à disposição da entidade. O diretor da Coordenadoria de Análise e Planejamento da secretaria, Túlio Kahn, disse que o estudo causa "dano irreparável à imagem do Estado no mundo" e reforça a sensação de insegurança entre a população. Segundo estatísticas da secretaria, de 1999 e 2007, os homicídios caíram 60,7% no Estado - de 35 assassinatos por 100 mil habitantes em 1999, para 11,8 por 100 mil em 2007. "Quando a ONU afirma que a cidade de São Paulo permanece violenta, isso tem efeitos econômicos, porque diminui a quantidade de turistas", disse."São pesquisas como essa que explicam porque a sensação de segurança em São Paulo não diminui, apesar da queda nos índices."
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
A cultura da auto-medicação: talidomida na gravidez
The Financial Times publicou artigo que teve pouca repercussão no Brasil: em Porto Alegre houve três crianças nascidas com defeitos por uso de talidomida por parte da mãe. Não, nenhum médico prescreveu o medicamento a elas. Mas, parentes estavam em uso indicado do medicamento para lepra (dois casos ) e mieloma múltiplo. O texto completo pode ser solicitado à autora, Lavinia Schuler-Faccini (lavinia.faccini@ufrgs.br). Os autores propõem que nas áreas endêmicas de hanseníase haja vigilância de defeitos congênitos. Esse fato é mais um a favor do controle maior sobre a dispensação de medicamentos e, o hábito de se manter as famosas "farmácias domésticas".
Brazil births raise fresh thalidomide fears
By Andrew Jack in London and Jonathan Wheatley in Sao Paulo
Published: October 1 2007 23:31 Last updated: October 1 2007 23:31
At least three children in Brazil have been born with severe physical disabilities caused by thalidomide in the past two years, triggering fresh questions over the government’s continued authorisation of the drug 46 years after its initial withdrawal.
An article in the latest edition of the Birth Defects Research journal describes two births last year and one in 2005 that were identified through “coincidental random events”, and warns that total numbers are likely to be much higher
PS. somente à noite tive acesso a reportagem da Folha de S.Paulo, bem completa repercutindo a reportagem do The Financial Times. Abaixo, a versão do Ministério da Saúde divulgada nessa reportagem.(assinante clique aqui)
O aumento da prescrição da talidomida para outras doenças além da hanseníase, associado a uma "afrouxada" na vigilância do uso da droga, levou ao aparecimento de novos casos da síndrome. A avaliação é do próprio Ministério da Saúde, que pretende aumentar o rigor da utilização do remédio, distribuir material educativo sobre os perigos e mudar a embalagem do remédio e o termo de consentimento informado.A pasta também está financiando uma pesquisa para avaliar os casos de bebês que nascem com má-formações nas maternidades brasileiras para saber se há casos subnotificados da síndrome, como suspeitam os pesquisadores.Segundo Maria Leide Wan-Del-Rey, coordenadora do programa de controle de hanseníase do ministério, em pelo menos dois casos recentes de crianças nascidas com a síndrome, possivelmente, as gestantes tomaram o remédio com a intenção de abortar."A caixa do remédio traz uma ilustração de uma grávida com risco na barriga, que quer dizer que ele não deve ser tomado por grávidas. Mas, por ignorância, as mulheres pensam que o remédio é abortivo. Temos que mudar a embalagem."Ela afirma que a preocupação é grande porque, nos próximos anos, deve aumentar a indicação da talidomida para outros fins. "A talidomida é um medicamento fantástico, barato, com poucos efeitos adversos e bem tolerado pela pessoa que toma dentro do que está previsto na legislação. Só tem que ter muito cuidado."Hoje, o remédio é fabricado por um laboratório do governo federal. O paciente com hanseníase, por exemplo, recebe o remédio a cada 30 dias. Apesar de haver uma portaria que proíbe a mulher em idade fértil de receber a droga, ela prevê o uso em casos excepcionais, desde que a mulher utilize dois métodos anticoncepcionais, sendo que um deve ser injetável e aplicado na unidade de saúde.Segundo a coordenadora, outra preocupação do ministério é com a talidomida contrabandeada que pode chegar ao Brasil. "Temos um total controle na fabricação, mas há outros fabricantes de talidomida no mundo e vai ser difícil controlá-la. As pessoas podem comprar desses laboratórios." (CC)
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Uma velha história e o "relatório" da ONU
Nossa ciência contribuiu muito para o conhecimento da doença de Chagas, desde claro a sua descrição por aquele que foi honrado com um dos poucos epônimos ainda existentes na medicina. João Carlos Pinto Dias desenvolveu em Bambuí (MG), o seguimento de pacientes que trouxe muitos ensinamentos da doença como também do método de seguimento prospectivo. As escolas paulistas em Ribeirão Preto e São Paulo inovaram no tratamento cirúrgico. Agora em Goiás seguimento da cardiopatia chagásica permitiu publicação no The New England Journal of Medicine. Porém, houve época que existia tantos outros " pesquisadores dedicados à doença de Chagas", que um já falecido professor afirmou "hoje, há mais gente vivendo do que morrendo da doença de Chagas!"
Bem, tudo isso para comentar o "relatório" da ONU falando em 1% dos homicídios do mundo ocorrendo em São Paulo. Os dados são de 2003 ou de 1999, não fica claro. Quando há informação de 2007! A fonte é reportagem do jornal La Nácion!
Há um bom tempo, os ongueiros da violência omitem descaradamente a redução dos homicídios em São Paulo (e, pasmem no Rio de Janeiro) porque afinal interessa muito manter a ordenha da vaca de ouro dos financiamentos na área de violência. Logo aparece, um novo edital do Ministério da Justiça, depois um financiamento de algum organismo internacional etc etc. Claro, que sempre em São Paulo ou Rio. Nada de se locomover ao interior da Amazônia ou Nordeste. Nada de apoiar a iniciativa Pacto pela Vida do governador de Pernambuco, o primeiro a assumir o problema da violência sem subterfúgios. Nada de fustigar o governador Aécio Neves e, o recorde de homicídios em Belo Horizonte. Melhor, fazer relatórios em São Paulo e palestras no Rio de Janeiro, com uma "escapada" para o exterior para "denunciar as mazelas".
Logo, logo o espírito do velho professor descerá em algum pano branco para afirmar: há mais gente vivendo da violência do que morrendo por ela!
Ah, em breve mais um "mapa da violência" !!!
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Aumenta o custo, reduz a cobertura: o dilema americano

A relação com o custo da assistência médica é direta como observada no gráfico que ilustra a materia.
Por isso, o tema "seguro-saúde" é o tema que mais mobiliza o precoce debate eleitoral americano.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Um acordo de US$ meio bilhão por marketing ilegal
The Boston Globe relata o acordo da subsidiária da Bristol-Myers Squibb pela prática ilegal de comercialização e divulgação de medicamento antipsicótico em crianças e para demência cuja indicação não fora aprovada . Outra ilegalidade - somente nos EUA - é a prática de convenções em resorts com médicos para promover o medicamento.
By Jonathan Saltzman, Globe Staff
Bristol-Myers Squibb Company and its subsidiary, Apothecon, have agreed to pay more than $515 million to settle a broad array of federal and state civil allegations involving their drug marketing and pricing practices, US Attorney Michael J. Sullivan said today. The government alleged that from 2000 to mid-2003, BMS paid illegal remuneration to physicians and other healthcare providers to get them to promote BMS drugs. The payments were in the form of consulting fees and other programs, some of which involved travel to luxurious resorts. The prosecutors also said that from 2002 through 2005 BMC promoted the sale and use of Abilify, an atypical antipsychotic drug, for pediatric use and to treat dementia-related psychosis, both of which were "off-label'' uses. The US Food and Drug Administration has approved the drug to treat adult psychiatric disorders but not for use in children, teenagers, or for dementia-related illnesses. Doctors are allowed to prescribe drugs "off-label,'' but companies are not allowed to promote drugs for those uses. Sullivan said his office is not bringing criminal charges and that the company cooperated with the investigation, which was prompted by information from whistleblowers. In a statement posted on its website, the company said the settlement agreement will not affect the company's ongoing business with any customers, including the government. "Bristol-Myers Squibb is pleased to have resolved these matters from the past and is proud of its commitment to conduct business with the highest standards of integrity in its mission to extend and enhance human life,'' the company said.
Posted by the Boston Globe City & Region Desk at 04:30 PM
Novamente, despreocupação com a segurança de ensaios clínicos
The New York Times (acesso livre) revela que investigação federal nos EUA mostrou novamente que o FDA, a agência reguladora de medicamentos, é leniente no acompanhamento de ensaios clínicos. Abaixo, trecho da reportagem.
The F.D.A. has 200 inspectors, some of whom audit clinical trials part time, to police an estimated 350,000 testing sites. Even when those inspectors found serious problems in human trials, top drug officials in Washington downgraded their findings 68 percent of the time, the report found. Among the remaining cases, the agency almost never followed up with inspections to determine whether the corrective actions that the agency demanded had occurred, the report found.
“In many ways, rats and mice get greater protection as research subjects in the United States than do humans,” said Arthur L. Caplan, chairman of the department of medical ethics at the University of Pennsylvania.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Finalmente, preocupação com a segurança de medicamentos
Hoje, será anunciado por sete integrantes da Big Pharma e universidades, o International Serious Adverse Events Consortium.Nesse ato serão lançados dois projetos de pesquisas relacionados a reações dramáticas associadas a medicamentos.
A primeira é a síndrome de Stevens-Johnson que quando deflagrada por medicamentos leva a situação grave semelhante a queimadura.
A segunda são as lesões hepáticas também graves associada a fármacos. Ambas situações são de certa forma imprevisíveis.
A proposta desse consórcio é o primeiro passo em aumentar o investimento e pesquisa na segurança do uso de medicamento. Que venham novas iniciativas iguais a essa.
Um personagem histórico pouco reconhecido: Yersinia pestis

Abaixo, um sumário dos três livros.
Justinian's Flea: Plague, Empire, and the Birth of EuropeBy William Rosen. 367 pp., illustrated. New York, Viking, 2007. $27.95. ISBN 978-0-670-03855-8.
Plague and the End of Antiquity: The Pandemic of 541–750Edited by Lester K. Little. 360 pp. New York, Cambridge University Press, 2007. $75. ISBN 978-0-521-84639-4.
The interval between the 4th and the 8th centuries saw the decline of the Roman Empire, the rise of Christianity, the beginning of the Dark Ages in Western Europe, the spread of Islam, and the establishment of the Caliphate. These events echo through time to today, but few people are aware of an important link connecting all these events
Plague Ports: The Global Urban Impact of Bubonic Plague, 1894–1901By Myron Echenberg. 349 pp., illustrated. New York, New York University Press, 2007. $48. ISBN 978-0-8147-2232-9.
When in his medieval masterpiece, The Decameron, Boccaccio pointed his finger at the infidel East as the cause of the "unpleasantness" that sent his storytellers wandering, he expressed the relentlessly popular explanation that epidemic catastrophes were caused by a corrupt "other." The consequence of this unyielding human prejudice has been unthinkable havoc and injustice imposed on scapegoated populations since antiquity. This was never more brutally the case than during visitations of the disease that defined the term pestilence and was the subject of Boccaccio's epic: bubonic plague.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
As vitaminas e a imprensa:finalmente um pouco de crítica.
Apesar dos inúmeros ensaios clínicos mostrando que a reposição vitamínica não tem impacto na prevenção da doença cardiovascular e do câncer, servindo unicamente para casos específicos associados a doenças, a venda de vitaminas é enorme no mundo inteiro. Representa o ítem mais rentável da indústria farmacêutica. Hoje, divulgou-se pesquisa sobre o consumo de alimentos com destaque em vários jornais. Destaco a Folha de S. Paulo. Na contra-mão das reportagens bajulatórias sempre existentes, a reportagem identificou que a pesquisa foi financiada por um laboratório com interesse em vender vitaminas logo na capa da edição. Depois, discutiu a questão do conflito de interesse na página onde apresentou os dados. Finalmente, chegamos ao estágio já existente na imprensa americana, onde o jornalista não somente divulga, como também investiga a origem da informação.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Plos Medicine: raça e "fantasmas".
O Plos Medicine mais recente apresenta artigos do mais alto interesse. A questão da raça na medicina e os "fantasmas" que assombram a literatura médica. Leia abaixo na íntegra clicando nos links.
Editorial
Defining Human Differences in BiomedicineMaggie Brown and The PLoS Medicine EditorsFull-text Screen PDF (61K)
Essays
Racial Categories in Medical Practice: How Useful Are They?Lundy Braun, Anne Fausto-Sterling, Duana Fullwiley, Evelynn M. Hammonds, Alondra Nelson, William Quivers, Susan M. Reverby, and Alexandra E. ShieldsFull-text Screen PDF (87K)
Ghost Management: How Much of the Medical Literature Is Shaped Behind the Scenes by the Pharmaceutical Industry?Sergio SismondoFull-text Screen PDF (109K)
Perspectives
Racial Categories in Medicine: A Failure of Evidence-Based Practice?George T. H. Ellison, Andrew Smart, Richard Tutton, Simon M. Outram, Richard Ashcroft, and Paul MartinFull-text Screen PDF (67K)
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Acesso Universal: eleitores democratas e republicanos pensam diferente
The Wall Street Journal publicou pesquisa sobre a questão importantíssima da cobertura universal à atenção médica no país.
Americans Want Leaders to AddressCoverage for Uninsured, Poll Shows
By BECKEY BRIGHTSeptember 19, 2007
A new poll shows providing health-insurance coverage for more Americans is a top priority for U.S. adults and a majority believe it is the government's duty to ensure all Americans have adequate coverage.
The Wall Street Journal Online/Harris Interactive health-care poll, conducted Sept. 10-12, asked how much Americans trust policy makers to come up with good policies for improving and reforming U.S. health care.
Overall, the Democrats are more trusted than the Republicans (39% vs. 26%), the poll shows, but both parties as well as all of the leading 2008 presidential candidates included in the survey have seen a decline in the public's trust since February 2007. However, Sen. Hillary Clinton is both the most trusted and the least trusted of the candidates, according to the poll. Four in ten adults say they would trust her, but another one-third say they would not trust her at all to make good policies when it comes to health-care. (The poll was conducted before Sen. Clinton announced on Sept. 17 her plans to guarantee health coverage for all Americans.) Across party lines, there is widely held belief that the U.S. health-care system works better for the very poor and the wealthy than it does for the middle class. (A Harris poll conducted Sept. 7-10 showed health care second only to the war in Iraq as the most important issue Americans want the government to address.) For most U.S. adults, the top health-related issue they would like to see the presidential candidates address is providing coverage for the uninsured. This is the top issue for Democrats and Independents, while Republicans feel containing medical care costs is the No. 1 priority. In addition, the poll shows 82% of Democrats agree with the notion that it is the government's duty to ensure health-care coverage for Americans, compared with 66% of Independents and 47% of Republicans. Sixty-nine percent of Democrats and 55% of Republicans believe the U.S. health-care system could be improved by creating an insurance program that isn't linked to individuals' employers. Only 6% of those polled disagree strongly with that proposal, while 21% said they aren't sure.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Gary Taubes, a volta do velho polemista.
O The New York Times publicou artigo de um brilhante polemista, Gary Taubes, sobre as assim chamadas "verdades" da medicina e da saúde pública. Ele estava sumido, agora volta a toda "pegando no pé" da questão da reposição hormonal, ou seja a difícil questão entre estudos observacionais e ensaios clínicos. O texto é longo e está com acesso livre (clique aqui). A procura por temas médicos e de saúde pública se avolumou com a permissão da propaganda de medicamentos na mídia americana que mudou o rumo editorial para essa temática. Taubes procura sempre resposta. Pena que se dirija a pesquisadores. Cientistas não têm respostas, somente perguntas. Caso contrário, seriam outra coisa, menos cientistas.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Oswaldo Paulo Forattini: adeus grande mestre

Forattini, ex-diretor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, faleceu na madrugada de sábado (15/9), vítima de insuficiência respiratória. Tinha 83 anos. Epidemiologista reconhecido internacionalmente, foi pioneiro na produção de metodologias de coleta e de identificação de vetores de agentes etiológicos de doenças como dengue, febre amarela, doença de Chagas, encefalite e malária.
Foi fundador da Revista de Saúde Pública e editor da Editora da USP. Entre os prêmios que recebeu estão a Medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, o John Belkin Memorial Award e o Prêmio Jabuti de 1996, pelo livro Culicidologia Médica vol.1 1996.
Formado em 1949 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, obteve em 1954 o título de livre-docente junto à Cadeira de Parasitologia da FSP. A carreira de pesquisador começou antes mesmo de terminar o curso de medicina, com a publicação de seu primeiro artigo em 1946.
Na extensa relação de contribuições científicas deixada por Forattini, observa-se forte tendência aos estudos biológicos e ecológicos de artrópodes de interesse médico. Sempre imprimiu a esses trabalhos um sentido dinâmico ao estudo da epidemiologia das doenças endêmicas, identificando relações entre homem-ambiente-artrópode.
Entre as doenças estudadas pelo professor Forattini destacam-se a leishmaniose, a febre amarela, a malária, a tripanossomíase americana e a encefalite por vírus, cujos resultados das pesquisas realizadas e publicadas foram importantes na determinação das principais modalidades de transmissão dessas parasitoses.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Doenças Negligenciadas e Autonomia Farmacêutica
Na revista Nature há artigo de Carlos Morel e José Carvalheiro da FIOCRUZ sobre medicamentos no Brasil. Trata-se de reflexo da encruzilhada que o país se meteu quando por um lado estimulou a pesquisa científica, via fomento e pela pós-graduação e, de outro não permitiu que esse conhecimento se transformasse em inovação. Daí o descompasso entre produção científica e patentes. O nome do artigo é The Road to Recovery. Cópias podem ser fornecidas em Renata.Maia@saude.gov.br
domingo, 16 de setembro de 2007
Chagas: há algo de novo no tratamento e controle?

The WHO Global Network for Chagas Elimination was launched in July, 2007, to coordinate global efforts to eliminate this neglected disease in the next 3 years. Jean Jannin, coordinator of the initiative at WHO's neglected tropical diseases unit (Geneva, Switzerland) told TLID that the target date of 2010 is “perhaps optimistic” but he hopes the project will substantially reduce the global burden of Chagas disease.
The disease is caused by infection with the protozoan parasite Trypanosoma cruzi, which passes to human beings via insects of the Triatominae subfamily of predatory assassin bugs. These “kissing bugs” live in cracks in poor housing and emerge at night, biting people near the mouth or eyes. The faeces of triatomes, which can be heavily infected with parasites, are easily ingested or taken in through mucosal surfaces. T cruzi can also be transmitted in blood and organs from infected donors, and may pass across the placenta of infected mothers to the fetus.
Vector-borne transmission is confined to the Americas, mainly rural areas in parts of Mexico, Central America, and South America. During the 1980s, an estimated 25 million people were infected, but control programmes in the past 15 years, including three multinational campaigns, have had impressive results. “Uruguay, Chile, and Brazil have certified the interruption of vector transmission and disease prevalence generally has been reduced”, commented Janis Lazdins-Helds (WHO Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases [TDR], Geneva, Switzerland). “Estimated case incidence has declined from more than half a million new cases every year to around 50000 and will probably reduce further”, agreed Chris Schofield (London School of Hygiene and Tropical Medicine, London, UK). About 8 million people in Latin America are carriers of the disease.
“Chagas disease cannot be eradicated: a reservoir of infection will always exist in the wild irrespective of human infection, but it is feasible to eliminate if we understand elimination as the interruption of disease transmission”, said Roberto Salvatella (Pan American Health Organization, Montevideo, Uruguay). Continuing objectives of the WHO programme will be improving case detection and treatment, and keeping tighter control of insect vectors. “Periodic serological screening of schoolchildren is necessary in all endemic areas so that vector control can be targeted effectively”, said Schofield.
Better serological tests are also needed. Lazdins-Helds told TLID: “We still lack adequate confirmatory tests and diagnostics to establish a cure for Chagas disease”. This is a major hurdle because the disease is largely “silent”. Early symptoms can include fever, fatigue, swollen glands, and heart pain, but in many cases there may only be a minor swelling around the insect bite. Years, sometimes decades later, chronic disease with severe cardiopathy can occur, sometimes associated with swelling and disruption in the oesophagus and colon. Around 14000 people die from complications of Chagas disease every year.
According to Lazdins-Helds, “eliminating Chagas disease presents considerable challenges”. Early treatment by one of the two drugs currently available—benznidazole or nifurtimox—can be successful but both have 30–60-day treatment regimens with associated compliance issues. The drugs can also have severe side-effects and might not help with advanced disease. However, he added, “if today's estimated 8 million Chagas disease carriers are not diagnosed, treated, and cured, not only will they continue to suffer, but they can infect others through blood transfusion or by perpetuating congenital transmission”. New treatments are being actively sought and TDR, with the Canadian Institutes of Health Research, is supporting BENEFIT, a multinational clinical study to investigate whether benznidazole treatment in the chronic phase of Chagas disease can halt or reverse disease progression or eliminate parasitic infection, or both. Results are due in December, 2010.
“The acknowledgment of the globalisation of Chagas disease in non-endemic countries in Europe (Spain, France, UK, Belgium) and North America (USA and Canada) was a another major achievement of our meeting in July”, commented Jannin. Conservative estimates suggest that about 14 million people from Chagas disease endemic countries are living in non-endemic areas.
“Non-endemic Chagas disease is emerging as an important issue”, commented James Diaz (Louisiana State University School of Public Health, New Orleans, LA, USA). Since 2001, five cases of acute Chagas disease following solid organ transplantation have been reported in the USA, of which four were fatal. “More deaths are likely”, predicts Diaz, who says there may now be more than 100000 T cruzi-seropositive people living legally or illegally in the USA having acquired infections as children in Latin America, some of whom will be blood and organ donors. In January, 2007, the US government implemented a programme to screen all blood donors for T cruzi infection. “Other non-endemic countries may need to follow suit”, said Diaz.
Assinar:
Postagens (Atom)