Veja denuncia a venda de rins no Brasil com anúncios na internet de potenciais vendedores de órgão, mais comum, rins. A prática de venda é comum na Ásia. Apesar da reportagem, a comprovação dessa prática ainda não ocorreu, aliás um ilícito que somente pode ocorrer com conivência médica. Abaixo, trecho da reportagem, o restante em http://www.veja.com.br para assinantes.
Existem 32 000 pessoas esperando por um transplante de rim hoje no Brasil. É uma longa fila, que demora entre três e dez anos para ser vencida. Quem encara essa espera são doentes renais que não têm nenhum parente ou amigo com órgão compatível e disposto a doá-lo. Essa dificuldade vem estimulando o comércio de órgãos, que encontrou, na internet, um caminho aberto para as negociações. Os rins são oferecidos, em média, por 80 000 reais. Mas há quem arrisque pedir até 500 000 reais. O comércio, embora proibido por lei, é uma solução tentadora para os doentes em situação de desespero, cujo tempo de vida está se esgotando. Com um doador particular, ele não precisa esperar na fila e pode receber o órgão imediatamente, se os testes indicarem que existe compatibilidade. O passo seguinte é buscar a autorização judicial, obrigatória no caso de transplantes entre não parentes. Para concretizar a operação, basta que doador e receptor se declarem amigos perante o juiz. Como a fiscalização é falha, dificilmente se consegue desvendar a mentira. O indício do avanço desse comércio está nos dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Nos últimos quatro anos, a doação entre parentes se manteve estável, na faixa de 1.500 por ano. A doação entre cônjuges caiu de 148, em 2002, para 121, em 2006. E, no mesmo período, a doação entre amigos aumentou de setenta para 114 ao ano