As três revistas semanais apresentam a mesma capa com a modelo que morreu vítima de anorexia. Nesse sábado (18/11/06), outro caso fatal foi noticiado em aluna do curso de moda no interior de São Paulo. As explicações foram várias, muito se falou em serotonina e seus derivados, outros na ganância e, por fim uma solução: as agências de modelo irão pedir atestado médico!
Para a epidemiologia e para os estudiosos da história das doenças não há novidade na cadeia causal básica. Cada momento da história, o homem cria e inventa novas formas de viver, de se reproduzir e de morrer. Quando os primeiros Homo sapiens vagavam pelo planeta, viviam catando e coletando alimentos e morriam de causas acidentais e, de fome quando não encontravam nada para se alimentar. Depois, quando domesticaram animais passaram a sofrer de infecções transmitidas por bois, porcos, aves e cavalos que eram fundamentais para a sobrevivência, mas eram e são portadores de vírus e bactérias que causam doença no homem. Recentemente, o surgimento do carro, da automação e da revolução agrícola contemporânea deixou a fome como marca do passado (ou da desigualdade cruel do presente) porém trouxe a epidemia da obesidade e do diabetes.
No caso das três capas, a idealização do ideal de beleza que é veiculado em capas de revistas femininas e de notícias (como a três acima) estimulou um padrão de comportamento em cujo extremo há casos letais. Um teste interessante será conferir na coleção dessas revistas quantas vezes houve destaque para "moda", "luxo", "padrão de beleza", "anti-evelhecimento".
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