Leio na página eletrônica de O Estado de S. Paulo, o texto reproduzido abaixo da Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura (OEI) que informa que houve aumento dos homicídios entre 1994 e 2004. Sim, é verdade, mas essa tendência agora é declinante, como o próprio relatório apresenta. O autor comete uma impropriedade ao afirmar que a queda foi por causa da campanha do desarmamento. Não há explicação única tanto para o aumento como para a redução das taxas de mortalidade. O autor trabalhou com dados secundários, disponíveis a qualquer pesquisador no ótimo banco de dados do Datasus, por isso suas conclusões merecem críticas. Seria melhor enfocar a questão da violência nas escolas, onde a OEI tem tradição.
Já critiquei que a redução das taxas de homicídios são escondidas nas páginas internas, tanto de O Estadao de S. Paulo como na Folha de S.Paulo. Essa semana, Veja Sao Paulo deu capa sobre o assunto mostrando a queda relevante. Mas, amanhã essa "nova" pesquisa será destaque em toda a imprensa. Aguardem!
Homicídio entre jovens aumentou 64,2% de 1994 a 2004
Relatório aponta alta taxa de mortalidade de jovens por causas violentas
Ligia Formenti
BRASÍLIA - Relatório preparado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) traduzem em números a tragédia crescente a que a sociedade brasileira passou a conviver: a alta taxa de mortalidade de jovens por causas violentas, principalmente homicídios. Entre 1994 e 2004, o número de homicídio subiu 48,8%, quando se avalia o total da população. Entre os jovens, esse ritmo foi bem mais acentuado, com crescimento de 64,2%.
O estudo mostra que houve uma pequena redução no ritmo de crescimento de homicídios entre 2003 e 2004, atribuído à Campanha de Desarmamento. O autor do trabalho, Julio Jacobo Waiselfisz, no entanto, adverte que tal redução dificilmente irá se manter, caso campanhas semelhantes ou outras políticas não sejam adotadas. Entre 2003 e 2004, a taxa geral de homicídos caiu 5,2%. "Foi um número expressivo, sobretudo quando levamos em conta o fato de o índice quebrar uma tendência de crescimento, que vinha se acentuando até 2003", diz.
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