Mostrando postagens com marcador política de medicamentos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador política de medicamentos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Política de saúde (aids ) e política industrial (medicamentos)

Uma pausa no caso Avandia. Agora, voltando ao caso efavirenz que motivou uma reportagem de Valor Econômico (25/05/07) que conseguiu ir no âmago da questão: a contradição do progama da aids. Excelente na assistência, deficiente na sustentação econômica. O Estado brasileiro está correto em desenvolver sua política de saúde pública com autonomia para reduzir dano a sua população. Fez isso de forma no caso da aids. Por outro lado, o Estado brasileiro foi incorreto ao não desenvolver a política industrial na área de medicamentos. Com isso, o "Estado brasileiro que está correto" foi penalizado pelo "Estado brasileiro que foi incorreto". Aí entram, os pescadores de águas turvas com soluções para hoje que foram as causas do erro do passado. Qual erro? Considerar três nuncas: (1) nunca poderíamos competir com a Big Pharma. (2) nunca desenvolveríamos um programa de genéricos. (3) nunca teríamos um programa de saúde pública competente. Essa inapetência pelo poder global (e, claro conflito imenso de interesse com a Big Pharma) fez com a Índia passasse na nossa frente e, conseguisse dar muita dor de cabeça à Big Pharma. Por outro lado, a política indiana para aids é pífia.
A solução agora, não é comprar remédios de indianos, não é xingar a indústria farmacêutica multinacional (nem adulá-la) mas sim desenvolver a rede de incorporação de tecnologia na área de medicamentos, oferecendo muitas vantagens para entrada no Brasil do capital da........Big Pharma acoplado a incentivos a indústria local desde que tenha perspectiva do mercado mundial. Insisto muito, que o Brasil pode ser a plataforma da Big Pharma na área não só de genéricos como de química fina.

terça-feira, 3 de abril de 2007

O abuso de medicamentos, Elisaldo Carlini e a situação americana.

Quando escrevi um post conclamando médicos a abandonar o tráfico de drogas, pensei que seria acionado no CRM ou alvo de críticas sérias. Recebi um email de colega que não se identificou, mas me obrigou a ir buscar os trabalhos de Elisaldo Carlini, o decano da psicofarmacologia e ex-diretor da Vigilância Sanitária, antes da ANVISA. Descobri que o velho mestre já tinha identificado muito do que estava sugerindo. Agora, a ANVISA está fazendo o seu papel em controlar efetivamente a dispensação de medicamentos que levam a dependência. Carlini dever ser lembrado como o padrinho dessa proposta e, merece o reconhecimento devido.
Outro colega enviou uma informação da situação dos EUA onde há compra da receita pelo paciente para emitir a receita e pressão direta no mesmo sentido. Lá observei que o abuso de benzodiazepínicos não é tão frequente como aqui. Mas, a Ritalin (metilfenidato) corre a solta e, pasmem entre crianças. A série Desperate Housewives mostrou um episódio onde a protagonista faz uso de medicamentos de seus filhos.

sábado, 17 de março de 2007

Lá, como cá, mal poetas (e, planos de saúde) há

Aqui, no Brasil há uma grande estupidez dos planos de saúde ao não cobrir a contracepção. Por exemplo, a vasectomia, cirurgia simples e barata não é paga por todos os seguros-saúde. O mesmo para a esterilização tubárea. Explicação: preconceito contra o sexo, nada mais do que isso. Qual seria a lógica econômica: "pago um procedimento de R$500, 00 e, tenho um segurado que não terá filhos com parto de R$10.000, 00 e, uma nova vida acrescida ao meu plano" . Se eu administrasse um plano de saúde, ofereceria de graça a contracepção. Agora, leio no The New York Times, notícia semelhante (e, agora com respaldo da justiça): há planos de saúde que não cobrem o contraceptivo hormonal ora - a pílula - mas paga Viagra e o Rogaina para calvície. Ou seja, preconceito contra a mulher e a reprodução. Vejam parte da notícia que ressalta a decisão judicial a favor do plano que não paga a "pílula".
Court Says Health Coverage May Bar Birth-Control Pills By TAMAR LEWIN Published: March 17, 2007 The Union Pacific Railroad Company did not discriminate against its female employees by excluding birth-control pills from its health insurance coverage, according to a federal appellate panel in St. Louis. In the first federal appellate ruling on the issue, the United States Court of Appeals for the Eighth Circuit ruled 2 to 1 on Thursday that because the railroad’s health insurance plans did not cover any types of contraception, for men or women, it did not violate the Pregnancy Discrimination Act, part of the federal law forbidding discrimination in employment. “Union Pacific’s health plans do not cover any contraception used by women such as birth control, sponges, diaphragms, intrauterine devices or tubal ligations or any contraception used by men such as condoms and vasectomies,” the opinion said. “Therefore, the coverage provided to women is not less favorable than that provided to men.” Thursday’s ruling grew out of several sex-discrimination lawsuits by female Union Pacific employees who used prescription contraception, including two railroad engineers, Brandi Standridge of Idaho and Kenya Phillips of Missouri. The suits were consolidated into a class-action suit on behalf of all the railroad’s females employees who used prescription contraception without insurance reimbursement

quinta-feira, 15 de março de 2007

Wall Street e o preço dos medicamentos

Não se origina de ninguém do governo, de ONGs, de partidos políticos, mas sim do próprio centro financeiro americano o questionamento do preço elevado dos medicamentos novos para tratamento para o câncer. Ruim, para os negócios concluiu o analista da Morgan Stanley.
From Wall Street, a WarningAbout Cancer-Drug Prices Morgan Stanley AnalystCreates Stir in IndustryAs He Sees a Backlash By GEETA ANANDMarch 15, 2007; Page A1 Two years ago, Steven Harr urged Genentech Inc. to lower the price of a key drug that was helping buoy its stock price. He was an unlikely messenger because of his job: a Wall Street research analyst whose investing clients crave profits. In a conference room with 30 senior managers from the biotech company, Dr. Harr said he feared patients wouldn't be able to afford the drug Avastin, which costs about $47,000 for the average 10-month course of treatment for colorectal cancer. He warned that Congress "will get involved when its constituents can't get drugs." Genentech later capped Avastin's price, acknowledging the influence of Dr. Harr, among many others. From his perch at Morgan Stanley, the 36-year-old Dr. Harr has become an important gadfly on the most controversial issue in the biotech industry: drug pricing. A burst of expensive new drugs -- routinely costing tens of thousands of dollars a year -- is boosting the fortunes of biotech companies, which say the prices reward investors, reflect the difficulty of developing these medicines and fuel vital research. But the costs are setting off a growing outcry from patient advocates, doctors and Congress, which is considering two bills aiming to bring prices down. Wall Street analysts rarely speak out for fear of alienating the companies they cover. But as Dr. Harr sees it, the high costs are bad for business. He has repeatedly argued that rising drug prices could trigger government controls, hurting the industry long term. He says soaring cancer-drug prices, generating fat profit margins, aren't sustainable. "I do not favor government setting prices on drugs because it will stymie innovation," he says, "but it is my fear that this will happen." Advances in research are changing cancer from a death sentence to a chronic disease for many people. That is also bringing huge new costs: In 2002, cancer drugs accounted for 13% of the nation's drug spending, according to Morgan Stanley; this year it says such spending is projected to almost double, to 22%. For now, the high prices of cancer drugs are continuing to boost the stocks of companies that make them. Indeed, investors who followed Dr. Harr's advice on Genentech stock would have missed out on a 25% surge in the two years he urged caution on the shares. Propelled by sales of expensive new drugs, Genentech, based in South San Francisco, Calif., is one of the world's fastest-growing companies. It reported revenue of $9.3 billion in 2006, a 40% increase from 2005. Net income rose 64% in 2006 to $2.1 billion. But a pushback on drug prices is gathering steam in the Democrat-controlled Congress. And already, the two biggest biotechs, Genentech and Amgen Inc., have taken initiatives to cap prices of certain cancer drugs. Dr. Harr "pointed out a potential risk that wasn't completely understood by everyone," says Jay Markowitz, a surgeon and now a biotechnology analyst at mutual-fund company T. Rowe Price Group. "What he said was relevant and it was necessary, but it was not a popular thought," adds Bill Slattery, a partner at Deerfield Partners, a New York health-care investment fund that has invested in Genentech. Dr. Harr grew up in Omaha, Neb., the second of four children of an attorney and a journalist. Conversations at the family dinner table were often debates on issues of the day; because of his strong opinions, his father sarcastically dubbed him "the diplomat." After graduating from Johns Hopkins School of Medicine, Dr. Harr was finishing his residency at the University of California, San Francisco, when he grew interested in biotechnology. In 2000, instead of beginning a cardiology fellowship, he headed to Wall Street. He followed a friend to the former boutique investment bank Robertson Stephens, which hired him as a junior analyst. Two years later, he moved to Morgan Stanley. Cancer-drug prices moved to a new level of the stratosphere in 2004, when two products came to market at huge premiums over others in the field. Erbitux, made by ImClone Systems Inc. and partner Bristol-Myers Squibb Co., was introduced at $10,000 a month. That was about $40,000 for the course of treatment for the average late-stage colorectal-cancer patient for whom it was marketed. The price shocked Dr. Harr. Biotech drugs, which are produced by live cells, were generally more expensive than pills that are a mixture of chemicals. But this was twice the price of other new cancer drugs on the market, and many times the cost of older drugs.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Patentes de medicamentos: uma revisão muito boa.

Não há necessidade de concordância com a conclusão dos autores, mas a revisão está muito boa. Acesso direto ao texto em http://www.scielo.br/csp
CHAVES, Gabriela Costa, OLIVEIRA, Maria Auxiliadora, HASENCLEVER, Lia et al. Evolution of the international intellectual property rights system: patent protection for the pharmaceutical industry and access to medicines. Cad. Saúde Pública, Feb. 2007, vol.23, no.2, p.257-267. ISSN 0102-311X. O artigo discute a evolução do sistema internacional de direitos de propriedade intelectual em três fases e as implicações para saúde pública, especialmente para a implementação de políticas de acesso a medicamentos. Durante a primeira fase, caracterizada pelas Convenções de Paris e de Berna, os países signatários determinavam os campos tecnológicos que seriam protegidos ou não. Na segunda fase, com a implementação do Acordo TRIPS pela OMC, os países são obrigados a garantir proteção patentária a todos os campos tecnológicos, inclusive para a indústria farmacêutica. Dentro das suas respectivas legislações nacionais, os países também têm a oportunidade de implementar o acesso às flexibilidades do TRIPS para medicamentos. Com a terceira fase, caracterizada pela negociação e assinatura de acordos comerciais bilaterais e regionais, os países terão que implementar medidas TRIPS-plus que podem ter implicações negativas para as flexibilidades do TRIPS e para políticas de acesso a medicamentos. Os autores concluem que a proposta atual de sistema internacional de direitos de propriedade intelectual favorece os direitos dos detentores de patentes, que deveriam estar em equilíbrio com os direitos à saúde para a população. Keywords: Medicamentos; Propriedade Intelectual de Produtos e Processos Farmacêuticos; Comercialização de Medicamentos.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

FDA sob nova administração

O Congresso americano agora com maioria do Partido Democrata está atacando um dos maiores problemas na área da saúde, o Food and Drug Administration, o famoso FDA. Artigo na edição do The Wall Street Journal mostra as várias propostas em votação.
Congress is kicking off efforts to pass big reforms of the Food and Drug Administration, and that could produce some bitter pills for the pharmaceutical industry: potentially, tougher safety rules and provisions to reduce the cost of medicines. Yesterday, Sen. Edward Kennedy of Massachusetts and Sen. Michael Enzi of Wyoming, the chairman and ranking Republican of the health committee, respectively, introduced legislation that would give the FDA new authority to impose safety requirements on medicines once they go on the market, including restrictions on consumer advertising. The bill also would require registration of clinical drug trials and their results in public databases.