quinta-feira, 2 de novembro de 2006

IBGE (Assistência Médico Sanitária): número de leitos alto ou baixo?

O IBGE publicou mais uma pesquisa de assistência médico-sanitária (AMS) com inúmeros dados distribuídos em 164 páginas que podem ser arquivadas diretamente de http://www.ibge.gov.br . Lerei com atenção todo o texto, mas agora comento a repercussão na imprensa sobre a informação mais destacada: diminui o número de leitos, mas aumentou a ocupação deles. Bom ou Mal? Houve especulação e excesso de verbos no condicional. Ficarei feliz quando um pesquisador quando questionado responder: Não Sei! O motivo:
As pesquisas do IBGE são caras e difíceis de serem executadas e, somente esse órgão tem estrutura para fazer um retrato do país. Mesmo com essa qualidade elas não permitem inferências causais, pelo motivo simples que não foram delineadas para atingir esse objetivo. O IBGE sofre com a manipulação política, tal como já ocorreu no estudo da PNAD sobre estado nutricional e padrão dietético. Quem quiser, ao menos aparentar seriedade precisa ler o texto e, depois comentar e, apresentar suas conclusões como meras especulações.
No caso da região metropolitana de São Paulo, mais especificamente a Zona Oeste da Capital, posso afirmar que é preciso expandir o número de leitos de adultos e, manter o número atual dos destinados a crianças e gestantes. O Hospital Universitário da USP é quase a única referência pública na região com 265 leitos (há também um hospital municipal com 70 leitos, dos quais 70% de maternidade) com a ocupação adequada em torno de 80% dos leitos e, um programa de atendimento domiciliário com 100 pacientes. O HU foi escolhido em edital público para dirigir uma pesquisa de políticas públicas financiada pelo Ministério da Saúde e FAPESP, para estudar e atuar nas assim chamadas "internações evitáveis". O projeto está na fase inicial de implantação junto a três unidades do programa saúde da família. Essa pesquisa e, outras poderão indicar se há excesso de internações ou falta de leitos, mas com certeza não haverá uma resposta para o país como um todo.

Um comentário:

Anônimo disse...

professor, afinal, o resultado foi positivo ou negativo?