quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Plano de Saúde dos Servidores: Assino embaixo !

"Jamais me conformei com o fato de o governo, instituidor e responsável pelo SUS, pagar planos de saúde para seus funcionários. O pior é que os R$ 48 milhões da Câmara significam 1,2% do que o governo federal gasta com planos de seus funcionários e em mais sete estatais. Quando reitor da Unicamp, e no Hospital Pérola Byington (SP), nos anos 80 e 90, oferecemos o serviço SUS aos funcionários. E deu certo. Além deles, milhares de cidadãos desistiram de seus planos de saúde e foram gratuitamente bem atendidos nesses hospitais. O que acontece na Câmara é apenas uma amostra lamentável dessa política de privatização acrítica e da dicotomia da saúde brasileira: saúde pobre para os pobres e no mercado para quem puder pagar ou tenha padrinho. A maior propaganda dos planos de saúde quem faz é o governo, oferecendo um SUS precário e ainda os financiando."JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI , deputado federal -DEM-SP (Brasília, DF)
Folha de S.Paulo, 14/01/09
"Seria engraçado se os funcionários das empresas particulares de planos de saúde tivessem cobertura de outras empresas, e não de seus empregadores. Ainda mais se o custo maior recaísse sobre o patrão. Servidores públicos, não importa de que poder, jamais poderiam estar cobertos, com custeio do governo, por outra entidade que não fosse o SUS -Sistema Único de Saúde. No governo petista, então, existem motivos até ideológicos para isso. Mas nunca se viu um jornalista do PT escrever algo a respeito." PAULO SERODIO (São Paulo, SP)
Folha de S.Paulo, 15/01/09.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Crianças do Zimbabwe também morrem estupidamente.

Zimbabwe cholera deaths near 2,000 - WHO HARARE (Reuters) - Zimbabwe's cholera epidemic has killed 1,937 people and a total of 38,334 have contracted the normally preventable disease, the World Health Organisation said on Tuesday. A cholera update dated Jan. 11 showed an increase of 25 deaths and 541 cases compared to an increase of 12 deaths and 300 cases the previous day. The epidemic is adding to the humanitarian crisis in the country, where President Robert Mugabe and the opposition are deadlocked over a power-sharing deal and the veteran leader is resisting Western calls to step down.n The waterborne disease, which causes severe diarrhoea and dehydration, has spread to all of Zimbabwe's 10 provinces because of the collapse of health and sanitation systems. The WHO said 89 percent of the country's 62 districts are affected. Zimbabwe's government has warned that the epidemic could get worse as the rainy season develops. The rainy season peaks in January or February and ends in late March. Floods, which can affect Zimbabwe's low-lying areas, may increase the spread of the disease. Cholera has spread to Zimbabwe's neighbours with at least 13 deaths and 1,419 cases in South Africa. Botswana, Mozambique and Zambia have also reported cholera cases.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Agora, José de Souza Martins

Pouco afeto à ação militante, o professor de sociologia da USP, José de Souza Martins nos brinda com textos complexos toda semana no Estadão (cujo acesso é difícil e, ontem estava com versão eletrônica do caderno Aliás, desatualizada).
Ele comentou a baderna no Ano Novo na Praia Grande e São Vicente, protagonizada por jovens de classe média, sem qualquer motivo aparente. Classificou de niilismo antissocial e, associou a outros fatos como a depredação de escola na zona leste de São Paulo.
Evidentemente, Martins não atende ao interesse da grande platéia da blogosfera.
Quem conseguir o texto na versão eletrônica, por favor, informe o link.

A lição de José de Souza Martins

Nunca recebi tantas correspondências sobre um tema que não é o motivo desse blogue: a milenar questão do Oriente Médio e seus povos. Não sou imune à situação -sempre ruim - das populações civis em guerras e, em períodos de terror franco, como aquelas onde por razão política irlandeses explodiam pubs ingleses e bascos destruiam lojas espanholas. Para ficar em exemplos fora do eixo Israel-Palestina.
O que me incomoda é que há articulistas de sobra para criticar Israel e, faltam críticos do governo da Líbia quando ela aprisionou médico - pasmem, palestino! - e, enfermeiras búlgaras por motivo falso. Somente esse blogue repercutiu as notícias. Foram oito posts. (clique aqui) Por que ninguém falou da Líbia? Por que a Líbia na "geopolítica dos comentaristas brasileiros" é de "esquerda", antiamericana. Por isso, do "nosso" lado.
Na área da saúde deu-se destaque maior à situação do sistema de saúde americano (que esse blogue, não considera nem que seja "sistema") do que à barbárie perpetrada na África do Sul na política de aids. (clique aqui) Por que não se fala da África do Sul? Porque fica "mal falar da política do Congresso Nacional Africano", que derrotou o apartheid.
Governos se movem pela Realpolitik, mas acadêmicos servem para mostrar o diferente, o pouco percebido, no caso a quantidade grande de manifestações antissemitas em blogues brasileiros.
Não falei nada de José de Souza Martins, motivo do título.
Seguirá no próximo.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A situação das Universidades Federais

A Folha de S.Paulo publicou reportagem mostrando o novo acordão do Tribunal de Contas da União cujo resultado será somente um: paralisar as pesquisas nas universidades federais. Na página de opinião, o Reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho apresenta de forma lúcida, a situação atual das universidades federais e demais organismos que não podem levar adiante sua missão pelas mordaças impostas por órgãos reguladores.
".......No plano administrativo, as universidades federais encontram-se travadas por aparato normativo que compromete tanto a missão acadêmica de formar com qualidade quanto o dever de buscar eficiência e economicidade como instituição pública.Rápidos exemplos triviais. Para atividades de ensino e pesquisa, precisamos de bens de melhor qualidade e serviços mais criativos, pertinentes e competentes, quase nunca baratos.Porém, segundo a lei de licitações, somos obrigados a contratar pelo menor preço.Na UFBA (Universidade Federal da Bahia), seis meses de conta de água bastariam para substituir todo o obsoleto sistema hidráulico dos campi, reduzindo o consumo em até 40%.Não obstante, é proibido mudar rubricas de custeio porque o Orçamento da União é prefixado.Em qualquer caso, inútil economizar, porque todo o montante poupado tem de ser, ao final do exercício, recolhido ao Tesouro Nacional.Diligentemente, órgãos de controle externo nos têm auditado. O TCU (Tribunal de Contas da União), aplicando a lei, tem punido dirigentes universitários por irregularidades supostas em procedimentos que, o mais das vezes, visam a viabilizar a gestão universitária.No plano acadêmico, a universidade se engana, e aparentemente gosta, ao pretender-se autônoma. De fato, longe estamos da mítica autonomia universitária.Submetidos à crescente judicialização da sociedade, concursos docentes, processos seletivos, transferências e matrículas obedecem a leis e regras mais cartoriais que acadêmicas. Projetos pedagógicos seguem, na minúcia, diretrizes curriculares estabelecidas por órgãos externos de regulação, influenciados por interesses corporativos e mercadológicos.Linhas de pesquisa contemplam prioridades definidas por agências de fomento; programas de extensão respondem a demandas ou determinações de organismos governamentais, não-governamentais e empresariais.A autonomia universitária nos é garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal. Então, por que não recebemos orçamento global, definido por metas e planos?
(assinante da Folha, clique aqui).