sábado, 22 de março de 2008

Medicina do Viajante: acidentes por serpentes e por raios.

Na série "Medicina do Viajante" (14 tópicos relacionados ao lado) adicionam-se mais dois textos publicados no How Stuff Works do Brasil: "acidentes com serpentes" e "acidentes com relâmpagos". Esse verão tem sido propício a acidentes graves e a mortes por relâmpagos. Até 21 de fevereiro de 2008, houve 22 mortes por raios nos primeiros 50 dias de 2008 em oposição a 46 vítimas em todo o ano anterior (2007), sugerindo um aumento do número de acidentes. A maior parte dos acidentes se concentra no Estado de São Paulo.

A formação médica em Boston e São Paulo.

Abaixo do blogue do Boston Globe, a proporção de vagas para residência em áreas básicas: medicina de família, clínica médica, obstetrícia e ginecologia e pediatria nos hospitais de Boston, o centro nevrálgico da medicina ultra-especializada mundial. Vou verificar a proporção no Brasil, mas na Faculdade de Medicina da USP, 44% das vagas de ingressantes são para essas especialidades. Isso não significará, nem em Boston, nem em São Paulo, que todos terminarão como "generalistas". A maioria irá para especialidades e subespecialidades.
By Elizabeth Cooney, Globe Correspondent Fourth-year medical students discovered today where they will spend the next stage of their medical training. This year the Match Day formula sorted more than 15,000 US medical school seniors into programs at teaching hospitals. There was a small uptick in family medicine choices nationwide, coming at a time when primary care doctors are in short supply. At the four medical schools in Massachusetts, primary care specialties -- family medicine, internal medicine, obstetrics/gynecology, and pediatrics -- drew almost half the soon-to-be MDs graduating from the three schools in Boston. At University of Massachusetts Medical School in Worcester, the tally was higher, consistent with its mission focusing on primary care. Both levels are similar to previous years. -- Boston University School of Medicine: 46 percent-- Harvard Medical School: 44 percent -- Tufts University School of Medicine: 46 percent -- University of Massachusetts Medical School: 60 percent

sexta-feira, 21 de março de 2008

Mestiçagem na América Latina

PLOS Genetics traz artigo discutindo o padrão genético de populações mestiças na América Latina. O Brasil foi representado somente pelo Rio Grande do Sul.
The large and diverse population of Latin America is potentially a powerful resource for elucidating the genetic basis of complex traits through admixture mapping. However, no genome-wide characterization of admixture across Latin America has yet been attempted. Here, we report an analysis of admixture in thirteen Mestizo populations (i.e. in regions of mainly European and Native settlement) from seven countries in Latin America based on data for 678 autosomal and 29 X-chromosome microsatellites. We found extensive variation in Native American and European ancestry (and generally low levels of African ancestry) among populations and individuals, and evidence that admixture across Latin America has often involved predominantly European men and both Native and African women. An admixture analysis allowing for Native American population subdivision revealed a differentiation of the Native American ancestry amongst Mestizos. This observation is consistent with the genetic structure of pre-Columbian populations and with admixture having involved Natives from the area where the Mestizo examined are located. Our findings agree with available information on the demographic history of Latin America and have a number of implications for the design of association studies in population from the region.

O crime em negar vacina a crianças

The New York Times traz reportagem sobre a tendência cada vez maior de pais recusarem vacina a seus filhos. Os motivos são os mais variados, mas todos calcados na ignorância com ar de sabedoria extrema. Todo pediatra brasileiro tem uma história triste de crianças mortas por sarampo ou meningite que poderiam estar vacinadas, mas cujos pais eram adaptos de alguma seita alternativa ou foram iludidos por médicos irresponsáveis.

Clínica & Epidemiologia: o mito da síndrome metabólica

Em "Clinica & Epidemiologia" reproduzo o debate disponível no British Medical Journal sobre a assim chamada síndrome metabólica. O histórico da questão diabetes e obesidade encontra-se publicado em outro texto meu: The "common soil" theory: diabetes, coronary heart disease and inflammation.
Minha opinião: a síndrome metabólica teve interesse nos anos 90 porque chegaríamos a um marcador comum para todos os fatores de risco: hipertensão, diabetes e dislipidemia. O que se conseguiu foi um membro da Big Pharma lançar medicamento "teoricamente" dirigido à sindrome metabólica. Mas, esse medicamento não tem qualquer comprovação de segurança em uso continuado, tanto que não foi aprovado nos EUA. Aqui, ainda não foi lançado, apesar da pressa da ANVISA em aprová-lo.
Para o clínicos, a síndrome metabólica traz confusão, para as ações preventivas, despreza o tabagismo, para os pacientes, também confusão. Afinal, confiar em "doença" ou "fator de risco" que tem seis definições!!

La Ninã e El Niño: explicam a dengue?

O Aedes é municipal, estadual ou federal? Em quem bater: César Maia ou Temporão? Esse é o vai e vém dessa epidemia que consegue transtornar o serviço de atendimento de uma grande cidade, como ocorreu em São Paulo há um ano. No entanto, há um debate feroz sobre o determinante maior entre infectologistas e cientistas do ambiente. Para esses, últimos o aumento da temperatura na região explica o avança para o México e na região fronteiriça dos Estados Unidos (que tem casos no Havaí). Leia mais no The Lancet em artigo de acesso livre. (mas, necessita registro de entrada).