sábado, 3 de março de 2007

Assistência médica nos EUA: cobertura universal cada vez mais próxima

The New York Times e CBS divulgaram pesquisa sobre a assistência médica nos Estados Unidos. A maioria apoia um plano governamental que amplie a cobertura e, para isso se concretizar está disposta a pagar mais impostos. Obviamente, eleitores republicanos são contra, mas não conseguem interferir no resultado porque estão mais divididos que os democratas e, os independentes estão com os democratas. O resultado está no site do NYT http://www.nytimes.com.
A diferença com o Brasil é que temos cobertura universal, mas ninguém quer pagar por isso, somente exigir mais, mais e mais. Em hospital público exige-se até direito a estacionamento.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Tortura em hospital na série de TV

Há duas semanas, no seriado "Without a Trace" (Warner, segunda feira, 21:00) a agente do FBI, Samantha Spader interpretada por Poppy Montgomery entra na enfermaria de um hospital e, interroga um paciente/suspeito que estava em uso de bomba de infusão com analgésico (talvez, morfina) com administração por demanda do próprio paciente de acordo com o nível da dor. Para conseguir a informação, Samantha tirava do paciente/suspeito a bomba de infusão de seu alcance e, ele com dor intensa entrega a informação que ela procurava.
A licença poética do roteirista me provocou revolta. Afinal ,nem em um determinado país e cidade que conheço bem não há em hospitais públicos, policiais interrogando doentes e causando sofrimento.
Hoje, tive acesso à campanha iniciada pelo Organização Human Righs First contra a tortura na TV, principalmente na série 24 horas da Fox por incentivar a tortura por militares. A pior coisa é banalizar a tortura e justificar o torturador. Abaixo, um pequeno resumo do problema originado por Jack Bauer.
The Impact: Soldiers Imitate What They See on TV In interviews with former interrogators and retired military leaders, Human Rights First learned that the portrayal of torture in popular culture is having an undeniable impact on how interrogations are conducted in the field. U.S. soldiers are imitating the techniques they have seen on television – because they think such tactics work.

Doutor: não colabore com tráfico de drogas (e de atestados também)

Parece forte e sem sentido esse título. Sim, ele é sensacionalista, mas com uma ponta de verdade. Ele foi lembrado depois da publicação nessa semana das pesquisas mostrando o consumo absurdo de psicotrópicos no país.Está em todos os jornais.
Não há médico que ainda não tenha sido abordado por um (a): vizinho, parente, chefia do cônjuge, professor dos filhos, amigo do clube, professora de inglês, companheiro de jogging/poker, para fazer um "favorzinho". Nunca é para ele ou ela, mas para a mãe doente, o pai acidentado, a irmã recém-divorciada, o filho estressado. Trata-se de prescrever algum tipo de remédio controlado que "acabou, mas o médico está viajando blá blá blá". Em muitas vezes, não é abordagem, mas assédio.
Conclusão: há uma multidão de dependentes de medicamentos à custa de receitas de favor (e, de pressão mesmo).
Temos, nós médicos, que dar um basta a isso. Receita, somente depois de consulta. Professores de medicina, precisamos ensinar o respeito ao ato médico aos alunos desde o primeiro ano.
Na mesma linha dos medicamentos controlados entram os famosos atestados que variam do zero ao infinito. Para afrimar que é sadio ou para afirmar que é doente. Não interessa a hora ou local. Os mesmos personagens acima na têm escrúpulo para pedir atestado para a filha não cursar educação física, para ela própria fazer condicionamento físico na academia, para a empregada frequentar a piscina do SESC, para a filha menor não fazer prova, para o sobrinnho trancar a pós-graduação e, obviamente para ela não comparecer ao trabalho.
Quem não foi assediado por um "já-que" do tipo: doutor, já que estamos falando do Carlinhos que o senhor pois no mundo quando estava iniciando a sua clínica, agora ele está muito cansado e, não consegue nem trabalhar e nem acabar o mestrado, será que o senhor poderia....." E, aí aparece na faculdade um atestado de ginecologista falando que Carlos de Tal não pode frequentar o curso por depressão. Chato, não? Mas, real.

Uma atividade nobre: guerrear contra mosquitos, bactérias, vírus.

A saúde pública nasceu da atividade militar: ainda hoje nos expressamos em campanha contra a varíola, poliomielite e sarampo. Agora, autores de vários países mostram que a instituição militar é a mais organizada para o esforço de controle de doenças infecciosas em várias regiões do mundo e após desastres. O artigo encontra-se no http://www.scielo.org ou em http://www.who.int
Bulletin of the World Health Organization > Volume 85: 2007 > Volume 85, Number 3, March 2007, 161-244 The importance of militaries from developing countries in global infectious disease surveillance Jean-Paul Chretien, David L Blazes, Rodney L Coldren, Michael D Lewis, Jariyanart Gaywee, Khunakorn Kana, Narongrid Sirisopana, Victor Vallejos, Carmen C Mundaca, Silvia Montano, Gregory J Martin, Joel C Gaydos Military forces from developing countries have become increasingly important as facilitators of their government’s foreign policy, taking part in peacekeeping operations, military exercises and humanitarian relief missions. Deployment of these forces presents both challenges and opportunities for infectious disease surveillance and control. Troop movements may cause or extend epidemics by introducing novel agents to susceptible populations. Conversely, military units with disease surveillance and response capabilities can extend those capabilities to civilian populations not served by civilian public health programmes, such as those in remote or post-disaster settings. In Peru and Thailand, military health organizations in partnership with the military of the United States use their laboratory, epidemiological, communications and logistical resources to support civilian ministry of health efforts. As their role in international affairs expands, surveillance capabilities of militaries from developing countries should be enhanced, perhaps through partnerships with militaries from high-income countries. Military-to-military and military-to-civilian partnerships, with the support of national and international civilian health organizations, could also greatly strengthen global infectious disease surveillance, particularly in remote and post-disaster areas where military forces are present.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Composição do Ar e Sintomas da Asma.

O texto abaixo publicado abaixo é de interesse para a compreensão do impacto da composição do ar e de sintomas em asmáticos. Agradecemos os 33 participantes que preencheram os questionários duas vezes por dia durante dois meses e, realizaram as provas de função respiratória como também a equipe do HU que montou a estação para determinação de poluentes.
Association between ionic composition of fine and coarse aerosol soluble fraction and peak expiratory flow of asthmatic patients in Sao Paulo city (Brazil) de Christine Bourotte, Ana-Paula Curi-Amarante, Maria-Cristina Forti, Luiz A. A. Pereira, Alfesio L. Braga, Paulo A. Lotufo publicado em Atmospheric Environment 41 (2007) 2036–2048. Trata-se da junção do projeto de pós-doutorado de Christine Bourotte e do doutorado de Ana Paula Curi (supervisionada e orientada, respectivamente por esse blogueiro) com financiamento da FAPESP (01/13945-6 e 02/04789-3). O estímulo à realização da pesquisa deve-se a Adolpho José Melfi e à Paulo Hilário Nascimento Saldiva.
Abstract Air pollutants are associated with adverse respiratory effects mainly in susceptible groups. This study was designed to assess the impact of the ionic composition of particulate matter on asthmatic respiratory functions in Sao Paulo city. From May to July 2002, fine and coarse particulate matter fractions were collected and their respective chemical composition with respect to major ions (Na+, Mg2+, K+, Ca2+, NH4 +, Cl_, NO3_ and SO4 2 _) were etermined in each aqueous-extract fraction. The results showed predominant concentrations of SO4 2 _ (48.4%), NO3_ (19.6%) and NH4 + (12.5%) in the fine fraction, whereas NO3_ (35.3%), SO4 2 _ (29.1%), Ca2+ (13.1%) and Cl_ (12.5%) were the predominant species in the coarse fraction. The association between the chemical components of both fractions and the daily peak expiratory flow (PEF) measurements (morning and evening) of the 33 asthmatic individuals were assessed through a linear mixed-effects model. The results showed a significant negative correlation (decrease of PEF) between morning PEF and coarse chloride (3-day moving average) and between evening PEF and coarse Na+ (3-day moving average), coarse Mg2+ (3-day moving average) and coarse NH4+ (2- and 3-day moving average). A significant negative correlation has also been observed between morning and evening PEF and Mg2+ in the fine fraction. These results suggest that some particle chemical constituents may increase the responsiveness of airways and that coarse particles that deposit in the upper airways may be more relevant for asthmatic response and irritation. However, the results do not prove a clear causal relationship.

Conflito de Interesse: participação no PLATO Study

O Hospital Universitário da USP participará como centro de pesquisa do estudo PLATO patrocinado pela AstraZeneca. Será um de 46 hospitais em todos o país e, um entre quase 1000 centros em todo o mundo. Como haverá ressarcimento pela pesquisa, fica declarado o "conflito de interesse", desse blogueiro que é o investigador principal do Centro HU USP. A pesquisa científica de interesse é a possibilidade do medicamento em teste ser mais efetivo do que o clopidogrel e, ter meia-vida mais curta, permitindo cirurgia durante o período do infarto do miocárdio, se necessário. O estudo contará com a participação de colegas do HU Vitor Kawabata, Jairo Rays e Jorge Chiquie Borges na área médica e de toda o serviço de farmácia hospitalar.
A Randomised, Double-blind, Parallel Group, Phase 3, Efficacy and Safety Study of AZD6140 Compared with Clopidogrel for Prevention of Vascular Events in Patients with Non-ST or ST Elevation Acute Coronary Syndromes (ACS) [PLATO- a study of PLATelet inhibition and patient Outcomes]

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Aids na Rússia e Brasil: uma comparação excelente.

Se você se aproxima ou já passou dos 50 anos, a leitura do texto abaixo deve começar há 30 anos: as doenças infecciosas estavam quase eliminadas segundo o Surgeon General dos EUA, sendo um resquício de países pobres; a Rússia era a principal república da "pátria do socialismo" e, o Brasil, bem o Brasil era apenas uma ditadura militar.
Responda se foi na Rússia ou no Brasil que ocorreram as seguintes situações em relação ao HIV/aids: o povo sem preconceito abordou questões relacionadas à sexualidade, com pouco moralismo e muito pragmatismo; a Igreja não auxiliou, mas não conseguiu impor sua moral; o governo criou e manteve um programa efetivo de alcance amplo para prevenção e tratamento que atingiu todas as classes sociais. Como resultado, a epidemia de aids refluiu e a incidência de portadores de HIV caiu.
Se você respondeu Rússia, parabéns você comprovou que ideologia cega. Leia então The Politics of Government response to HIV/AIDS in Russia and Brazil de Eduardo J. Gómez do Department of Population and International Health da Harvard University.
Acesso livre em
http://www.globalhealth.harvard.edu/documents/ “……This paper presents a cross-regional analysis of the politics of government response to HIV/AIDS in Russia and Brazil. It elaborates on an alternative interdisciplinary approach to understanding the politics of government response, emphasizing a combination of historical institutionalism, cultural analysis, and state bureaucratic capacity for implementing AIDS prevention and treatment programs……”

Dados brasileiros, interpretação da OEI: o Mapa da Violência

Estranha essa história da OEI publicar dados que foram obtidos e mantidos única e exclusivamente com recursos do contribuinte brasileiro. Eles foram coletados em hospitais e institutos médico-legais, foram enviados a secretarias de saúde , finalmente ao Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. O Mapa pode ser feito em qualquer escola de saúde pública ou geografia por aluno ao nível de mestrado bem orientado. Será que ainda há pagamento por parte do Ministério a OEI ou ao autor? A, conferir. Quanto ao conteúdo, há conclusão indevida da redução da mortalidade em 2004 como sendo em decorrência da campanha do desarmamento. Parece que é uma conclusão para agradar ao Ministério da Justiça. Afinal, como explicar a queda em anos anteriores em São Paulo?A descrição do projeto segue abaixo: A OEI, com apoio do Ministério da Saúde, lançou, hoje, às 11horas, em entrevista coletiva à imprensa, o "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros". O lançamento contou com a presença do Ministro da Saúde, Agenor Alves, do Diretor da OEI no Brasil, Daniel González,do Secretário de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta e do autor do estudo, o sociólogo, Julio Jacobo Waiselfisz. O Mapa pode ser visto em http://www.oei.org.br

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A escravidão ainda presente no nosso cotidiano: médicos na periferia.

Durante os últimos meses, jornalistas reproduziram declarações de um ex-ministro, de um ex-secretário, ou de atuais ocupantes culpando médicos por não ocuparem postos de trabalho em unidades básicas de saúde localizados em bairros periféricos, como os extremo leste e extremo sul de São Paulo e, a zona oeste do Rio de Janeiro. Ontem, na Folha de S. Paulo li, artigo afirmando que a bolsa-família no sertão nordestino está afugentando pessoas a buscar ou aceitar empregos formais. O que une o médico e o trabalhador rural nordestino? Simples, não se quer pagar o valor que o trabalho deles merece. Nos Estados Unidos, no excepcional crescimento dos anos 90, as pensões governamentais se reduziram em muito porque os salários eram atrativos.
Em relação aos médicos há outro aspecto interessante: nos bairros periféricos, não faltam somente médicos, mas também professores de segundo grau, empreendimentos comerciais como padarias e farmácias e, a presença de bancos e lojas de roupas/eletrodomésticos é nenhuma. Se as Casas Bahia e o Bradesco não se interessam em se fixar no bairro, porque o médico deveria se deslocar por sua conta e risco para receber um salário nada atrativo?

Redução dos homicídios em São Paulo: repressão ou crack.

No Globo News Painel desse fim de semana, apresentado por Willian Waack na Globo News, o debate foi sobre violência com o Cel. João Vicente, Sérgio Adorno, professor titular de sociologia da USP e, Roberto da Matta, professor de antropologia da Notre Dame University. O nível foi elevado, boas intervenções e visão ampla do problema. Da Matta revela a base do problema brasileiro: a dificuldade em construir uma democracia de massas. Aliás, diz ele, um problema presente tanto na França, como ainda nos Estados Unidos. O que pensar do Brasil, então. Concordo.
Mas, o ponto que mais chamou a atenção foi quando João Vicente citou a queda dos homicídios em São Paulo e, associou ao aumento da repressão, isto é número maior de prisioneiros, Sérgio Adorno propôs outra interpretação: a queda da epidemia de crack em São Paulo. O crack como se sabe induz ao vício de forma rápida e intensa e, propicia necessidade de dinheiro e, induz comportamento agressivo pela ação da droga, daí a relação com o aumento de homicídios como observado nas cidades americanas. Os dados da Secretaria de Segurança Pública e, as análises decorrentes permitem as duas conclusões. Porém, o que chama a atenção no argumento de Adorno é o que a queda dos homicídios se deve a uma variável social, não associada diretamente ao aparelho de Estado ou a política de governo. No entanto, não sei se exatamente ele, mas o Núcleo de Violência da USP associava o aumento dos homicídios a vários determinantes ligados diretamente ao aparelho de Estado e a políticas governamentais. Espero estar errado, mas concluo que há dois pesos e duas medidas nessa argumentação: o aumento da mortalidade é causado por atos governamentais, econômicos, sociais, mas a redução é somente decorrência da redução de uma adição química. Para ser justo com ele, há interpretações análogas no caso de Diadema e do Jardim Ângela, onde a lei seca e, a ação das ONGs, respectivamente seriam as responsáveis pela redução dos homicídios.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

O SUS em discussão.

Na mais recente edição de Ciência e Saúde Coletiva, o professor Gastão Wagner da UNICAMP nos brinda com editorial e artigo soberbos sobre o Sistema Único de Saúde. Gastão consegue com brilho ser ao mesmo tempo acadêmico e administrador. Sua passagem pelo Ministério da Saúde foi exemplar pela correção e responsabilidade, tanto que foi demitido. O acesso dos texto é livre em http://www.scielo.br/csc. Abaixo reproduzo parte do editorial de Gastão Wagner.
Ótimo que Gastão tente mostrar as limitações do SUS. Apesar do enorme avanço (quem se lembra da cidade com Prefeitura, Estado, INAMPS, todos fazendo a mesma coisa?) e de ser a maior experiência de política de Estado em vigor (muito melhor do que a educação e segurança), há outros limitantes ao SUS que a militância política de Gastão não permite enxergar ou se as vê, minimiza-as. Destaco a formação de espírito de gueto, que confunde política de saúde com política partidária e a hiperideologização. A fobia e demonização dos médicos e dos hospitais. Isso sem comentar a ojeriza a qualquer coisa que possa ser considerada privada ou terceirizada. Como se parte das instituições de saúde não estivessem privatizadas por partidos, principalmente aquele no qual Gastão milita, sindicatos e, "senhores da guerra".
O SUS é um sistema público, descentralizado e com gestão participativa, mas é integrado por uma rede intricada de serviços e de servidores públicos, ainda que bastante penetrada por componentes da sociedade civil: conselheiros, prestadores, organizações não governamentais, opinião pública, etc. Boa parte das sugestões sobre como organizar e gerir esse sistema parte do discurso único - em decorrência, é pobre e reduzido de construir "agenda", "regulação" e "avaliação", na suposição de que com esses conceitos estaria dada a boa "governança". Infelizmente, esses termos tecnocráticos não dão conta da gestão de um sistema público, não privatizado, ainda que com interações importantes com entidades privadas. Faltam-nos elementos para a tarefa concreta de planejar e gerir diretamente uma rede complexa, falta-nos política de pessoal, falta-nos incorporar avaliação à gestão e falta-nos subordinar a avaliação aos objetivos e metas do sistema. Falta um mundo de coisas! Falta pensar outra estrutura administrativa para o SUS: continuar a reforma política para dentro do Sistema, criar uma nova legislação sobre suas organizações e sobre o modo como poderiam se relacionar. Há o obstáculo do financiamento, há projetos pelo meio do caminho, mas, sobretudo, há, creio, uma falha entre nós, atores sociais, usuários, governantes e sujeitos ou vítimas desse processo: no fundo, no duro da batata, não pensamos e agimos como se o SUS fosse nosso espaço vital encarregado de co-produzir saúde. A classe média e as empresas fogem pela saúde suplementar; os governantes, para programas focais; a mídia, raramente nomeia o SUS: fala em fila, hospitais, entretanto ignora o sistema, sequer menciona o controle social e a gestão participativa; os pesquisadores são segmentados e empurrados para temas da moda: governança, avaliação, integralidade, promoção, humanização. Raramente logramos realizar alguma "meta-análise" que articule alhos com bugalhos.