sábado, 30 de dezembro de 2006

Feliz 2007!

Comecei em agosto esse blog, após finalizar o concurso para professor titular. O objetivo foi manter um diário eletrônico de temas de interesse, tal como fizera no tempo que estive nos Estados Unidos. Lá eu selecionava vários artigos de jornais e revistas, mas em papel, que se perderam no transporte e, depois no arquivamento. Tomei cuidado em evitar entrar em assuntos internos da USP e, também de fugir da histeria da blogsfera, ficando longe das questões eleitorais. Entre a quase centena de acessos diários a esse blog, recebi poucos comentários, mas muito emails. A atenção maior foi atingir quem de fato decide no setor saúde e assistência médica: Governos e a Big Pharma. Por mais que não gostemos de seus atos, deles sempre dependeremos. Cabe a todos, um controle cada vez maior de suas atividades e decisões. Como todos notaram, esse blog não se dedica a dar "dicas de saúde" ; e, assim continuará em 2007.
Quem estiver longe da praia, dicas importantes para os feriados:
(1) ler o livro "Roberto Carlos em Detalhes" de Paulo César Araújo.
(2) acessar http://www.youtube , solicitar "Festival Record" e, aproveitar
Sidney Miller e Nara Leão com "Estrada e Violeiro", Gal Costa com "Divino Maravilhoso" e, famosa violada de Sérgio Ricardo.
Feliz 2007!
PS: meus desejos para o próximo ano se resumem aos esportes:
(1) Palmeiras, campeão paulista e brasileiro (vale Copa do Brasil);
(2) New England Patriots vencendo mais um SuperBowl e, o Boston RedSox levando a World Series em outubro;
(3) voto útil para o Santos na Libertadores e Mundial para reduzir o tamanho do topete (merecido) tricolor;
(4) que o Leandrinho seja o MVP da NBA;
(4) que o Brasil não enfrente o Uruguai na final de futebol no Panamericano do Rio.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

O fim do sonho americano: a mesquinharia da era Bush

The Wall Street Journal publicou e O Estado de S.Paulo reproduziu a saga do brasileiro Sandro Souza, que de lavador de prato tornou-se chefe de cozinha de restaurante de luxo na mais luxuosa estação dos Estados Unidos, Martha´s Vineyard. O green card dele foi negado porque o seu filho Igor, apresenta deficiência ocular e mental (toxoplasmose congênita) que necessita cuidados especiais na escola e na assistência médica. Há um debate sobre a manutenção desses cuidados a filhos de imigrantes ilegais entre os admistradores escolares.
A plataforma de G. Bush em 200 era chamada "conservative compassion" , um slogam que nunca entendi, que agora mostra a sua verdadeira face ao perseguir um menino com toxoplasmose congênita cujo pai colabora para economia do país, afinal ele paga impostos e taxas como os demais cidadãos daquela país.
A política do governo americano colide frontalmente com o espírito do povo americano em respeitar quem trabalha e contribui para a sociedade, como Sandro Souza. Além disso, mostra a inexistência do serviço universalizado de saúde, que somente está surgindo em Massachusetts e, agora na Califórnia.

Aumento do valor dos planos de saúde

A Folha de S. Paulo (27/12/06) publica reportagem completa sobre o aumento dos planos de saúde. Comparando com três apurações de preço (Dieese, Fipe e IBGE), a "inflação geral" foi menor do que a "inflação na área da saúde" e, os reajustes sempre acima das duas taxas. A Agência Nacional de Saúde Suplementar e a Abramge constestam a conclusão do artigo. Porém, a comparação entre o salário médio e o custo da mensalidade da média dos planos mostra que em quatro anos, a proporção desse item está aumentando. Obviamente, os planos de saúde são sempre os vilões na ótica dos entrevistados.
Não concordo com essa visão. Hoje, há necessidade de se reformatar a assistência médica para permitir que a iniciativa privada possa atuar de forma realmente suplementar ao Sistema Único de Saúde. Caso contrário, não estamos com "Sistema Único" e nem com "Sistema Suplementar", mas sim com dois sistemas paralelos e contraditórios.
Minha proposta é que os planos de saúde dediquem-se à atenção primária e secundária. Não precisariam incluir nas suas apólices atendimentos caros como aids, câncer, cirurgia cardíaca e transplantes. Com isso poderiam cobrar valores bem abaixo do agora praticado a um número maior de participantes. O sistema público poderia se focar mais no atendimento de emergência e de alto custo, que aliás é praticamente o único provedor, mesmo para os segurados.
A preocupação com o sistema suplementar é fundamental para reduzir a transferência dos atuais segurados aos hospitais públicos. Como esse contigente populacional é mais organizado e, os recursos dos hospitais serão os mesmos, continuaremos a assistir a redução do acesso aos mais necessitados.
Antes que receba pedras daqueles que não suportam a medicina de grupo, ressalto que a saída cooperativa, tipo UNIMED, é a mais adequada para a os sistema suplementar. O futuro mostrará que UNIMED e SUS consiguirão unir a capacidade empreendedora (UNIMED) com um a proposta de equidade (SUS).