Levantamento na Câmara aponta que, dos 513 parlamentares, 87 (16,96%) estão ligados a empresas com interesses contrários à regulamentação da publicidade de cerveja, revela reportagem de Angela Pinho e Maria Clara Cabral publicada neste sábado na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
A pesquisa, realizada pela Folha a partir de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostra que quase um em cada cinco deputados têm concessões de rádio e televisão e/ou receberam doações de campanha da indústria de bebidas e de comunicação --que em 2006 superou os R$ 2 milhões.  Nesta semana, o projeto que restringe a propaganda de bebidas com baixo teor alcoólico, inclusive a cerveja, entre as 6h e as 21h em rádio e televisão, foi retirado da pauta de votações da Câmara, a pedido do governo, após resistência de líderes partidários.  Há mais de um mês, representantes da indústria de cerveja e de emissoras de rádio e TV vão ao Congresso quase diariamente para fazer lobby pela derrubada da proposta --bandeira do ministro José Gomes Temporão (Saúde).  Outra reportagem publicada na Folha (íntegra disponível para assinantes) revela que representantes das emissoras de televisão admitem ter feito lobby no Congresso para o adiamento da votação do projeto. Os deputados, por sua vez, negam ter sucumbido a interesses econômicos. 
sábado, 10 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
A desgraça do pagamento diferenciado para procedimentos médicos
 The Wall Street Journal aborda hoje um assunto que é de conhecimento há muito tempo dos médicos brasileiros. Especialidades que realizam procedimentos são desproporcionalmente mais bem remuneradas comparada àquelas onde não há procedimento diagnóstico ou terapêutico.
 The Wall Street Journal aborda hoje um assunto que é de conhecimento há muito tempo dos médicos brasileiros. Especialidades que realizam procedimentos são desproporcionalmente mais bem remuneradas comparada àquelas onde não há procedimento diagnóstico ou terapêutico.
A reportagem cita redução do número de reumatologistas, pneumologistas, endocrinologistas e neurologistas.
domingo, 4 de maio de 2008
A pesquisa Datafolha: crime e violência são diferentes
Resumo do problema apresentando pelo O Filtro:
O Datafolha, para marcar seus 25 anos de existência, repetiu sua primeira pesquisa de opinião pública. Em 1983, o principal medo dos paulistanos era o custo de vida. Hoje, não há nenhuma preocupação de ordem econômica entre os cinco primeiros lugares. O que preocupa é a violência. E, pelos números, não haveria motivo para isso. Em 1983, 12,8 pessoas em cada 100 mil eram assassinadas em São Paulo. No ano passado, foram 11,8. A resposta parece estar no passado mais recente. Esse índice cresceu até 1999, quando se registraram 28,4 homicídios/100 mil. Desde então a taxa de homicídios vem caindo.
Comento: além das sequelas da epidemia de homicídios há outro aspecto importante a ser considerado. Homicídio é parte da violência, mas a sua manifestação mais rara e, restrita a grupos sociais, como homens jovens pobres. Há inúmeros exemplos de sociedades com baixa taxa de homicídio e, altas taxas de roubos, assaltos e violência sexual. Esse fato lembra livro de impacto relativamente grande publicado há onze anos nos Estados Unidos onde os fatos eram muito semelhantes a São Paulo de 2008. O livro de Franklin Zimring e Gordon Hawkins, Crime Is Not The Problem, Lethal Violence in America (Oxford University Press, 1997) merece ser relido e, analisado com os dados brasileiros atuais. 
Chamou-me a atenção de fatos interessantes como a comparação entre Nova Iorque e Londres. Apesar das taxas menores de homicídio em Londres em 1990, a capital britânica registrava 66% a mais de roubos e 57% a mais de furtos do que Nova Iorque. Há outra comparação também entre Los Angeles e Sidnei com resultados semelhantes.
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