sábado, 3 de fevereiro de 2007

Hormônio do crescimento: mais uma fonte da juventude.

Ao contrário da testosterona, tão elogiada em revistas semanais. O uso do hormônio do crescimento como mais uma "fonte da juventude" não foi recomendado por Veja. Abaixo, parte da matéria. O restante em http://www.veja.com.br
O hormônio da ilusão Um estudo põe na berlinda o GH, uma das substânciasmais populares no combate ao envelhecimento Paula Neiva Na luta da ciência contra a ação do tempo, os hormônios são as apostas mais recentes. Como o conhecimento sobre o papel dessas substâncias ainda é limitado, não raro se investe em uma delas que, algum tempo depois, se revela inócua, quando não perigosa. O alvo da vez é o GH, sigla em inglês para o hormônio do crescimento, popular sobretudo nas academias de ginástica, graças a seus supostos poderes de aumentar músculos, reduzir gordura e melhorar a disposição. Na última edição da revista médica Annals of Internal Medicine, foi publicado o mais importante estudo de revisão já feito sobre o impacto da reposição de GH na saúde de homens e mulheres. O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, analisou 31 estudos científicos, considerados os mais significativos sobre o tema, e chegou à seguinte conclusão: o hormônio do crescimento não tem nenhuma serventia para conter o processo de envelhecimento.

FDA sob nova administração

O Congresso americano agora com maioria do Partido Democrata está atacando um dos maiores problemas na área da saúde, o Food and Drug Administration, o famoso FDA. Artigo na edição do The Wall Street Journal mostra as várias propostas em votação.
Congress is kicking off efforts to pass big reforms of the Food and Drug Administration, and that could produce some bitter pills for the pharmaceutical industry: potentially, tougher safety rules and provisions to reduce the cost of medicines. Yesterday, Sen. Edward Kennedy of Massachusetts and Sen. Michael Enzi of Wyoming, the chairman and ranking Republican of the health committee, respectively, introduced legislation that would give the FDA new authority to impose safety requirements on medicines once they go on the market, including restrictions on consumer advertising. The bill also would require registration of clinical drug trials and their results in public databases.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Diversitydata.org

Se você quiser saber qual a região metropolitana com maior número de assassinatos ou com número de horas de atraso por congestionamento - nos Estados Unidos - acesse o novo site criado pela Harvard School of Public Health http://www.diversitydata.org
Acredito que no Brasil será possível uma página semelhante a essa, juntando os dados do IBGE, DATASUS, IPEA e outros institutos de pesquisa e informação.
WEB SITE REVEALS SOCIOECONOMIC INEQUALITIES The School launched a web site called DiversityData.org on January 24 at a special event at the National Press Club in Washington, DC. The web site offers profiles of specific metropolitan areas and ranks them according to indicators of health; population demographics and diversity; housing opportunities; economic opportunities; education; residential integration and neighborhood characteristics; crime; and physical environment

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Paquistão: escola médica para os EUA.

Na mesma edição do The New England Journal of Medicine, o relato da situação dos médicos do Paquistão. Um país pobre, que forma médicos para trabalhar nos Estados Unidos. A presença deles nos hospitais americanas é nítida e visível a qualquer um que lá trabalhe, tal a quantidade (e, boa qualidade). A conseqüência será a falta em breve de médicos no país. Uma solução será importá-los de Cuba.
Pakistani Physicians and the Repatriation Equation Saad Shafqat, M.B., B.S., Ph.D. and Anita K.M. Zaidi, M.B., B.S. In Pakistan, students who are accepted into medical school are congratulated — only half-jokingly — on three counts: that they will become doctors, that they will become certified by the American Board of Medical Specialties, and that they will soon be living in the United States. Pakistan has contributed approximately 10,000 international medical graduates (IMGs) to the United States, even though it faces a shortage of physicians. Take the case of Aga Khan University Medical College in Karachi. By 2004, it had produced 1100 graduates, 900 of whom had gone on to graduate medical training in the USA .

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Os médicos de Gana e a globalização de médicos.

The New England Journal of Medicine dessa semana em artigo com acesso direto no site http://www.nejm.org apresenta a situação dos médicos de Gana, que tal os jogadores de futebol, estão abandonando seu país para atuar no Reino Unido e Estados Unidos. Essa situação está piorando a assistência naquele país. Porém, Cuba, sim de Cuba já vieram 200 médicos para o país africano. Ou seja, saem os melhores para Estados Unidos e Europa e, vêem os cubanos. Interessante essa nova forma de divisão mundial do trabalho médico.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Médicos cubanos na Venezuela: seu nome é escravidão.

No Estadão (27/01/07), Paulo Moreira Leite fez uma excelente descrição do médico cubano na Venezuela no link abaixo. A família do médico permanece em Cuba, sua ativididade é controlada, não há liberdade de ir e vir....o que parece isso? liberdade profissional? ou escravidão ou semi-escravidão? Hoje, publica em seu blog o seguinte comentário:
Médicos cubanos, venezuelanos e brasileiros por Paulo Moreira LeiteAuthor Seção: brasil às 09:56:25. Conversei com um antigo ministro da Saúde sobre o balanço da OMS na Venzuela, que mostra um progresso importante no primeiro atendimento nos bairros pobres depois que o governo de Hugo Chávez assinou um convênio com Fidel Castro, onde troca petróleo por médicos e enfermeiros. Ele admitiu: “não é novidade.” A origem do problema, como se sabe, é que os médicos venezuelanos não querem trabalhar nos bairros pobres. “Esse problema também ocorre no Brasil. Nem adianta subsidiar, oferecer ajuda para o transporte e um salário mais alto. A maioria não se interessa. Sem falar naqueles que aceitam o emprego, pegam o salário mas não aparecem no local de trabalho.”Anos atrás, o governo brasileiro chegou a cogitar uma cooperação com o regime cubano, importando médicos formados na Ilha. A idéia não foi adiante por diversas razões – inclusive pelo receio de se produzir um escândalo político. Mas desde então Brasília faz vista grossa para prefeituras e governos de Estado que mantém convênios desse tipo com o regime de Fidel Castro.Leia mais sobre isso emhttp://txt.estado.com.br/editorias/2007/01/27/int-1.93.9.20070127.7.1.xml
Ou seja, sobrou para o médico brasileiro, o comentário de ministro não-identificado cujo conteúdo merece contestação. Mas, fica para outro momento.

PLOS Medicine: imperdível.

Imperdível, a mais recente edição de PLOS Medicine, a Public Library of Medicine. Acesso livre, obviamente. em http://medicine.plosjournals.org Vejam os principais artigos: Does Industry Sponsorship Undermine the Integrity of Nutrition Research?
Authors, Ghosts, Damned Lies, and Statisticians Measles Still Has a Devastating Impact in Unvaccinated Populations When Is Replacement Feeding Safe for Infants of HIV-Infected Women? Worldmapper: The Human Anatomy of a Small Planet XDR-TB in South Africa: No Time for Denial or Complacency The Structure and Function of Research Ethics Committees in Africa: A Case Study Epidemiology of Tuberculosis in a High HIV Prevalence Population Provided with Enhanced Diagnosis of Symptomatic DiseaseTobacco Smoke, Indoor Air Pollution and Tuberculosis: A Systematic Review and Meta-Analysis

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Tailândia suspende patentes do Plavix e Kaletra.

Ditaduras são uma "beleza para a saúde pública". Basta um decreto e, pronto, encerra-se a questão. Bem, estamos na democracia com poderes legislativo e judiciário e, ministério público, imprensa livre e com convenções internacionais em vigor. A Tailândia suspendeu a patente do Plavix (pós-infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) e do Kaletra (HIV). O Brasil é citado como país que bateu firme e, conseguiu redução do preço do Kaletra. Detalhe para influência da indústria farmacêutica indiana nessa decisão. Abaixo, trechos da reportagem do The Wall Street Journal.
Thailand Suspends Patents on Two Drugs By NICHOLAS ZAMISKAJanuary 29, 2007 1:48 p.m. HONG KONG -- A decision by Thailand's new, military-installed government to increase access to drugs by suspending patent protections on a heart-disease treatment and an HIV medication highlights a growing tension over intellectual-property rights versus public-health interests. The decision was criticized by the pharmaceutical industry, which said Bangkok is considering allowing copycat versions of more drugs in the near future. The government's move was notable partly because it included the heart medicine, expanding the realm of drugs over which such conflicts have typically occurred. Thailand's Ministry of Health confirmed Monday that the government had approved the sale and production of cheap, generic versions of Plavix, the blood-thinning drug originally developed by Sanofi-Aventis SA, of Paris, and now co-marketed in several countries with Bristol-Myers Squibb Co., of New York, and the HIV treatment Kaletra, made by Abbott Laboratories, of the U.S. World Trade Organization rules allow a government to unilaterally declare an emergency and make or sell patented drugs without the permission of the drug companies.
In fact, a government's ability to suspend a company's drug patent can prove a powerful bargaining chip in reducing prices. In July 2005, for instance, Brazil reached an agreement with Abbott that lowered the price of Kaletra while preserving the company's patent on the drug. Indian generics makers, which for years have benefited from that country's lax patent laws, stand to benefit from the Thai decision. Bangkok is considering making its purchases from Hetero Drugs Ltd. and Cipla Ltd., both of India, according to Thawat Suntrajarn, director general of the Ministry of Health's department of disease control.
Dr. Thawat said the government's move will cut the price of the HIV drug Kaletra in half, reducing the monthly cost per patient to about 3,000 Thai baht ($89.55) or less. At current prices, the government can afford to provide medicine to only one-fifth of the 500,000 people living with the HIV virus in Thailand, Public Health Minister Mongkol Na Songkhla told the Associated Press, adding that the ministry was willing to talk to the companies about importing their drugs at cheaper prices.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Exame de Ordem: uma opinião de Jânio de Freitas

Aos opositores do exame do CREMESP, uma advertência vinda de Jânio de Freitas, da Folha de S. Paulo.
JANIO DE FREITAS Doença brasileira 40% dos formandos em medicina não têm nem os conhecimentos mínimos para exercê-la ENQUANTO se discutem os efeitos hipotéticos do pacote de um presidente que declarava encerrada, por seu governo, a era dos pacotes, uma notícia literalmente fatídica mal chegou à superfície: 40% dos formandos em medicina não têm nem os conhecimentos mínimos para exercê-la - mas logo estarão, ou já estão, atendendo como médicos. Não são formandos de faculdades em estados precários, Piauí, Amapá, Rondônia, mas de faculdades da riqueza paulista, submetidos ao veredicto do Conselho Regional de Medicina de São Paulo-Cremesp.Duas observações do coordenador do exame, cardiologista Bráulio Luna Filho, dimensionam a ênfase merecida, mas negada, pela notícia.Os formandos em geral iniciam a prática médica pela emergência hospitalar, onde a maioria dos pacientes chega necessitando de tratamento tão urgente quanto competente. Aí os aguarda a alta probabilidade de atendimento incompetente.A má formação manifesta-se com a mesma ameaça em outros setores, inclusive consultórios particulares, como se deduz das 3.360 denúncias de erros médicos em 2005, com aumento de 142% em apenas dez anos. Não por acaso, a maioria dos acusados foi formada, ou melhor, diplomada pelas faculdades com o desempenho mais deplorável no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade.Do anterior para o recente exame aplicado pelo Cremesp, ficou evidente a piora constante do ensino de medicina, com mais 7% de reprovações só de um ano para o outro.E olhe que os formandos dispostos ao teste do Cremesp, não obrigatório, são tidos como os melhores de suas faculdades.Vê-se que o tal Enade não se prestou à utilidade tão propalada.Mais útil - aliás, só por absurdo ainda inexistente - é outro tipo de exame.Assim como a Ordem dos Advogados do Brasil exige a aprovação em exame seu, para dar validade profissional aos diplomas das faculdades de Direito, os diplomados em medicina não poderiam ser dispensados de exame pelas autoridades da profissão, para justificarem a confiança das vidas alheias.De garis, estes heróis das cidades, e de médicos depende a nossa existência de seres urbanos