quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Como as taxas de fecundidade foram diminuindo

Absolutamente, totalmente, imperdível, a leitura desse artigo de Suzana Cavenaghi com acesso gratuito. Torna-se claro que os resultados da PNDS não foram tão "inesperados"..

As verdades da vida são sem prazos.

Homenagem a meu ex-aluno e co-autor do livro abaixo citado:
Felipe Montenegro Carneiro da Cunha Kumamoto (1977 - 2007).
O seu exemplar de autor foi entregue hoje aos pais em cerimonia no Hospital Universitário.
As verdades da vida são sem prazos
G.Rosa, Tutaméia

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Lançamento de livro: Clínica Médica

Mais um livro da coleção Medicina Ciência e Arte, da Sarvier reunindo as experiências de profissionais dos Hospitais das Clínicas e Universitário: Clínica Médica: Diagnóstico e Tratamento.
Os autores Itamar Santos, Leonardo Borges, Isabela Bensenor e esse blogueiro.
Lançamento no HU: quarta-feira, dia 13 de agosto, às 11 hs.
Lançamento no HC: quarta-feira, dia 20 , às 11 hs

Checando o Check-up

Mais uma vez o questionamento aos famigerados "check-ups" em um síntese no blog do WSJ.
Why Cancer Screening Isn’t Always a Good Idea Cancer screening sounds like the kind of the thing we should all be behind — “Go out there and get tested!” And some screenings, such as pap smears and colonoscopies, are indeed a great way to catch cancers and stop them before they turn deadly. But the wrong kind of cancer screening can actually do more harm than good. Last week, a panel of experts convened by the federal government suggested that, for men 75 and older, the risks of prostate cancer screening outweigh the benefits. Prostate cancer is often a slow-growing disease that doesn’t wind up causing any problems. So screening often leads to treatments (and side effects) for conditions that wouldn’t have caused any harm if they’d been left alone. For older men, the panel concluded, these risks outweigh the benefits of catching tumors that would have caused health problems — including death — if left alone. But as this morning’s New York Times reminds us, it can be difficult to communicate the subtleties of this message. “We’re uncomfortable with the notion that some screening tests work and others don’t,” Peter Bach of Memorial Sloan-Kettering tells the NYT. “That seems mystifying to people.” In Japan, the NYT notes, a screening program for neuroblastoma in infants was abandoned after it became clear the program wasn’t saving lives, but was causing risky treatments of tumors that weren’t life-threatening. Screening smokers for lung cancer is another one that sounds good but remains unproved. And the risk-benefit balance for screening middle-aged men for prostate cancer remains unclear, the panel said last week. Some clarity on that question should be coming soon, though, when the evidence from a huge, federally funded trial is reported.

domingo, 10 de agosto de 2008

Esterilização: a crueldade e cinismo da elite dirigente

Abaixo transcrevo na íntegra reportagem do JB sobre laqueadura e vasectomia em unidades básicas de saúde. A esterilidade cirúrgica é um tema que a elite dirigente e intelectualizada discute muito, traça planos e sempre a considera como "última alternativa". Apesar das diretrizes dos donos da política reprodutiva, o "povo" pratica a esterilização há décadas. Inclusive, escondidos em unidades básicas de saúde. Parte dos partos cesáreos são na verdade laqueaduras. Quem trabalha na periferia de São Paulo conhece muito o termo "Credi-Laq", o pagamento em prestações ao médico durante a gravidez para garantir a esterilização tubárea.
Pior são os planos de saúde e seguradoras que não cobriam a esterilização.
Bem, acima descrevi a crueldade da elite intelectualizada. O cinismo é comprovado pela prática rotineira nesse segmento tanto da vasectomia como da laqueadura. No debate abaixo, há um candidato que afirma que a vasectomia é cara. Em hospital chique de primeira linha em São Paulo, não sai por mais de mil reais, tudo incluído.
Candidatos debatem sobre proposta de laqueadura em postos de saúde e Planejamento Familiar (PF) http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/08/09/e090826464.html Marcelo Migliaccio, Pedro Vieira e Renata Victal, Jornal do Brasil RIO - A proposta do candidato à prefeitura do Rio Marcelo Crivella (PRB-PR-PSDC-PRTB) de que, caso seja eleito, fará os postos de saúde municipais atenderem jovens com 18 anos ou mais que optem pela laqueadura ou vasectomia como métodos para evitar novos filhos abriu o debate sobre o planejamento familiar na cidade. – É preciso que o povo tenha consciência de que há esses métodos. Podemos fazer uma ampla distribuição de camisinhas e o controle das doenças – afirmou Crivella. O petista Alessandro Molon classificou como “infeliz” a proposta de seu adversário. – Não se resolve problema social com cirurgia, mas com informação e planejamento familiar para garantir a maternidade e a paternidade responsáveis. Laqueadura e vasectomia as são as últimas opções. O tema é mesmo polêmico e costuma ser evitado pelos candidatos. Motivos para isso não faltam. Na última campanha para o Senado, Jandira Feghali (PCdoB) liderava todas as pesquisas de intenção de voto com ampla margem. Mas, faltando apenas 10 dias para o pleito, uma série de mensagens ressaltando que a deputada tinha sido uma das principais promotoras da lei que eliminaria do Código Penal todos os artigos que definiam o aborto como um delito contribuiu para que perdesse a eleição.. Precavida, a comunista prefere não comentar o assunto. Favorável ao aborto, o candidato Eduardo Serra (PCB) acredita que a vasectomia e a laqueadura não podem ser feitas por imposição e que é melhor legalizar o aborto a ver jovens morrerem em clínicas ilegais. – Alguns hospitais têm estrutura para realizar laqueaduras e vasectomias, mas são necessários mais postos de saúde, com uma rede hierarquizada, espalhados pelo município – explica Serra. – Sou favorável a colocar os meios contraceptivos para a população. Também sou a favor de se legalizar o aborto, mas como última opção.. Atualmente, muita gente morre ao usar clínicas clandestinas. Chico Alencar (PSOL) acredita que criminalizar o aborto é “tão errado quanto incentivá-lo”. – Defendo a educação sexual desde a escola e o apoio ao pré-natal da gestante pobre. Nem a mais insensível das mulheres faz um aborto sem traumas, sem sofrimento. O candidato não concorda com a proposta de Crivella.. – Pensei que o Crivella, como bispo, considerasse a vida humana um bem. A laqueadura é um método agressivo à dignidade e à consciência da mulher, que é percebida como um mero objeto reprodutivo. O que ele está propondo é um controle de natalidade induzido ou compulsório. Eduardo Paes (PMDB) também não concorda com Crivella. – Há outros métodos de planejamento familiar. Laqueadura e vasectomia são os limites. O candidato verde Fernando Gabeira prefere não entrar no tema da legalização ou não do aborto. Para ele esta é uma discussão “equivocada”. – O nosso objetivo maior não deveria ser o aborto, e sim evitar a gravidez indesejada por falta de informação – ressalta Gabeira. O candidato do PV diz que o serviço prestado pela prefeitura será mantido, mas tem ressalvas: – Recebi uma queixa de uma mulher que engravidou depois da laqueadura. Mais conservadora, a candidata Solange Amaral (DEM) disse não ser favorável à proposta de Crivella. Para ela, reduzir a idade mínima da laqueadura de 25 para 18 anos seria um erro e mais uma prova do preconceito contra as mulheres. – Não sou favorável à mudança na lei, que já permite a laqueadura para mulher com mais de 25 anos e dois filhos – enfatiza Solange. – O que vejo nessas propostas é o preconceito contra a mulher, que acaba tendo o ônus de uma gravidez. Para a candidata, a melhor saída a ser adotada é investir no planejamento familiar: – É preciso pensar em soluções como o incentivo à paternidade responsável – acredita Solange. – Além disso, vou criar um programa de atenção à saúde reprodutiva. Paulo Ramos (PDT) compartilha da mesma opinião. Apesar de ser favorável à esterilização, ele acha que uma mulher aos 18 anos é muito jovem para perder o direito de ter filhos. – Sou a favor da esterilização, mas tem de estabelecer idade mínima e número de filhos. Não pode ser aos 18 anos. É absurdo. Tem que estudar e debater com a sociedade esses limites. A cirurgia é cara