segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Falar é prata, calar é ouro.

Incrível, a leitura dos jornais e sites nesse fim de semana. Descobri que os jornalistas que entendiam de sistema penitenciário, de aviação (falavam de transponder, como se fosse um instrumento ordinário como um copo de água), também são experts em enchentes (e, de qualidade de lama), construção de metrô e salvamento de desabamento. Falar é prata, mas calar é ouro, diziam nossos avós. Solidariedade às famílias envolvidas e aos trabalhadores do resgate em Minas Gerais e São Paulo seria a melhor forma de manifestação.

3 comentários:

Anônimo disse...

professor, veja o comentário de Alberto Dines no site dele, o Observatorio da Imprensa.
DESABAMENTO NO METRÔ
O desastre e a politização do sofrimento

Por Alberto Dines em 16/1/2007

Comentário para o programa radiofônico do OI, 16/1/2007
Alguém ainda lembra da tragédia com o Boeing da Gol? As famílias das vítimas jamais a esquecerão, também os que sofreram as conseqüências do interminável apagão aéreo. O desastre também será lembrado por outra razão: a tentativa de politizar a maior tragédia aérea nos céus brasileiros funcionou como um bumerangue e, na volta, acabou pegando o ministro da Defesa Waldir Pires e o governo Lula, dias antes da sua segunda posse.

Agora, alguns blogueiros tentam politizar a tragédia da Linha 4 do metrô paulistano e, antes mesmo de qualquer perícia técnica, quando todos estão angustiados com o número de corpos soterrados, já se aboletaram no palanque para acusar o contrato "privatista" com as empreiteiras como o culpado pelo desabamento.

É no mínimo de mau gosto este tipo de comício. É o equivalente ideológico à desculpa meteorológica de que as chuvas foram as responsáveis pelo que aconteceu em Miraí e em São Paulo.

A iniciativa do Ministério Público é correta: cabe a ele – em nome da sociedade – fazer todas as averiguações, técnicas e jurídicas. Mas esta politização do sofrimento nos remete a algo pior: a perigosa banalização da morte.

Paulo Lotufo disse...

Pois é, a questão principal é a banalização da morte e a instrumentalização da tragédia para efeitos de posição político-partidária. A questão dos homicídios no Brasil poderia ter sido resolvida há mais tempo se não houvesse excesso de ideologia e, falta de competência técnica na abordagem do problema.

Anônimo disse...

realmente acredito em que haja horas nas quais o silêncio seja valioso como ouro.