Pensei que iria comentar sobre o risco do "ataque de vitimização da geração 68" somente em janeiro, talvez fevereiro de 2008. Mas, começou com o Che, agora no Estadão, o fótografo da passeata dos cem mil está procurando onde estão os participantes. Haja paciência, simplesmente muita paciência com esses mimados com sessenta anos de idade. Essa geração clama ao mesmo tempo os créditos por heroísmo e a recompensa por vítimas. Os eventos de 68 foram somente fotográficos (quantas vezes veremos a foto do carro queimado na Ipiranga com São João ou a briga da Maria Antônia no próximo ano?) mas pouco efetivos em termos de ganhos. Não há como negar a guerrilha urbana e rural foi uma enorme irresponsabilidade que ceifou vidas e justificou o que existia de pior no estamento militar. Quando da promulgação do AI-5 em dezembro, várias organizações "saudaram o fato", porque assim a "ditadura mostrava a sua real face".
Os acontecimentos de 1977 - nos quais participei ativamente - tinham objetivos como anistia, amplas liberdades democráticas e convocação de uma assembléia constituinte. Ganhamos o jogo.
A repressão ao movimento em 77 como a invasão das Faculdades de Medicina da UFMG e USP e da PUC não mereceram nenhuma reportagem. No caso da PUC, mesmo as vítimas reais (queimaduras graves) não se portaram como "vítimas".
Voltando ao fotógrafo de 68, aposto que o número de presentes na passeata dos cem mil chegará a um milhão! Vários com certeza vão entrar com pedidos de indenização ou semelhante.
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