segunda-feira, 28 de abril de 2008

A nossa Big Pharma: antes tarde

Finalmente, a proposta da Big Pharma Brazil (veja reportagem da Folha de S. Paulo, abaixo) , que necessariamente será sulamericana começa a sair dos devaneios de alguns para se tornar realidade. Não há país com pesquisa científica na área biomédica sem a sua correspondente Big Pharma. Depois da concretização da empresa, a Petrobrás deveria aportar capital, tal como a Elf -petroleira francesa - fez na Sanofi permitindo à França participar do jogo dominado pelos EUA, Reino Unido, Suíca, Suécia e Japão, pelo lado da inovação e, pela India e China,no lado, não menos importante, da cópia.
BNDES planeja criar superfarmacêutica a partir de alianças Meta é viabilizar empresa capaz de investir fortemente em inovação e contribuir para reduzir déficit comercial do setorEstratégia se assemelha ao modelo usado para criar a supertele nacional, anunciada em negócio que uniu Oi e Brasil Telecom JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) articula a criação de uma superfarmacêutica nacional, que poderia ser viabilizada a partir da fusão de grupos nacionais que atuam no setor. O banco não divulga nomes, mas afirma que está intermediando conversas entre empresas.A lógica tem semelhanças com o modelo de criação da supertele nacional: o banco tem interesse em entrar como sócio da empresa e assegurar poder de veto a operações que poderiam resultar na desnacionalização da companhia.O objetivo do BNDES é criar uma empresa com faturamento de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, com envergadura suficiente para investir fortemente em inovação, tanto em melhoria de medicamentos como em desenvolvimento de novas drogas. Isso pode contribuir também para reduzir o déficit da balança comercial do setor, uma das mais elevadas."O presidente Luciano Coutinho tem nos orientado para trabalhar de forma pró-ativa, para tentar induzir alianças entre empresas. Essas alianças podem ser acordos mercadológicos, fusões ou aquisições. Existem conversas em andamento", afirmou Pedro Palmeira, chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos.A opção preferencial do banco é a de se tornar acionista minoritário nos novos empreendimentos, com 20% a 30% do capital. O banco defende a criação de uma empresa 100% nacional, mas admite a hipótese de associação, em fatia minoritária, com uma empresa estrangeira, desde que ela traga tecnologia de ponta para o país."A inovação é o oxigênio dessa indústria. Se os empresários não comprarem essa idéia, vamos estar relegados a um papel de periferia eterna no jogo global das indústrias farmacêuticas", afirmou. Em 2007, o déficit da balança comercial de medicamentos foi de R$ 2,775 bilhões e o de farmoquímicos (insumos na produção de farmacêuticos), de R$ 1,327 bilhão.

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