Parece forte e sem sentido esse título. Sim, ele é sensacionalista, mas com uma ponta de verdade. Ele foi lembrado depois da publicação nessa semana das pesquisas mostrando o consumo absurdo de psicotrópicos no país.Está em todos os jornais.
Não há médico que ainda não tenha sido abordado por um (a): vizinho, parente, chefia do cônjuge, professor dos filhos, amigo do clube, professora de inglês, companheiro de jogging/poker, para fazer um "favorzinho". Nunca é para ele ou ela, mas para a mãe doente, o pai acidentado, a irmã recém-divorciada, o filho estressado. Trata-se de prescrever algum tipo de remédio controlado que "acabou, mas o médico está viajando blá blá blá". Em muitas vezes, não é abordagem, mas assédio.
Conclusão: há uma multidão de dependentes de medicamentos à custa de receitas de favor (e, de pressão mesmo).
Temos, nós médicos, que dar um basta a isso. Receita, somente depois de consulta. Professores de medicina, precisamos ensinar o respeito ao ato médico aos alunos desde o primeiro ano.
Na mesma linha dos medicamentos controlados entram os famosos atestados que variam do zero ao infinito. Para afrimar que é sadio ou para afirmar que é doente. Não interessa a hora ou local. Os mesmos personagens acima na têm escrúpulo para pedir atestado para a filha não cursar educação física, para ela própria fazer condicionamento físico na academia, para a empregada frequentar a piscina do SESC, para a filha menor não fazer prova, para o sobrinnho trancar a pós-graduação e, obviamente para ela não comparecer ao trabalho.
Quem não foi assediado por um "já-que" do tipo: doutor, já que estamos falando do Carlinhos que o senhor pois no mundo quando estava iniciando a sua clínica, agora ele está muito cansado e, não consegue nem trabalhar e nem acabar o mestrado, será que o senhor poderia....." E, aí aparece na faculdade um atestado de ginecologista falando que Carlos de Tal não pode frequentar o curso por depressão. Chato, não? Mas, real.
Um comentário:
Excelente "post", professor!
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