terça-feira, 3 de abril de 2007

O comércio de rins no mundo: a distribuição da riqueza mundial em nova fase.

Na foto, a cicatriz da cirurgia de retirada do rim de cidadão do Paquistão a quem foi prometido dinheiro e emprego. A Agência Reuters avançou na discussão do tema já apresentado anteriormente nesse blogue. Há transplantadores como Arthur Matas de Minnesota que acham normal e moralmente correto salvar vidas, retirando o rim de outra pessoa por pagamento. Os EUA baniram a prática em 1984 e, agora a lista de pessoas na fila do transplante multiplicou-se por dez. Ele não diz que houve envelhecimento e ganho de peso da população americana e queda da mortalidade cardiovascular e, como decorrência um número maior de doentes renais. O mesmo fenômeno se observa no Brasil.
Aqui como já apresentado no blogue, a insuficiência renal crônica está aumentando a incidência ano a ano e, a qualidade cada vez melhor da assistência está diminuindo a mortalidade, em conseqüência o número de candidatos a transplantes também aumenta. A solução é receber órgão de parente (algo arriscado porque o parente pode ser portador de doença genética ainda desconhecida) ou de cadáver tal como ocorre nos Estados Unidos ou Europa. Não se conhece casos de doação por venda, exceto aqueles da famosa lenda urbana do "motel-banheira-gelo".
Repito mais uma vez que essa situação é mais um exemplo da distribuição da riqueza no mundo de hoje, que não é mais ouro, especiarias, nem somente petróleo ou aço, mas pasmem educação e saúde!! Por exemplo, o Paquistão forma bons médicos que trabalham no Reino Unido e nos Estados Unidos que não pagaram nada pela sua formação. Ao mesmo tempo, os cidadãos do Paquistão não se beneficia dos médicos que financiou a educação e, ainda cede um rim por míseras rúpias e, o cidadão americano ou da comunidade européia tem bons médicos que não contribuiu na formação e pode comprar um órgão que lhe falta. Interessante, não?
Abaixo, trecho da reportagem
World markets match buyers and sellers for goods as different as oil and wheat or cars and computers. Why not for human organs like kidneys? Strong demand for life-saving transplants and short supply of organs has raised ethical issues about whether humans should be treated like vessels to provide spare parts. With a potentially vast supply of organs from often poor donors in developing countries for mostly rich recipients in the West, calls for "kidney for sale" schemes are getting louder. The traditional ethical view that buying and selling organs is shameful -- upheld by legal bans on sales in Europe and North America -- is now under pressure due to a dramatic shortage of one of the most frequently transplanted organs, the kidney. In the United States and Europe, most tissue for transplant is taken fresh from cadavers of the newly deceased. A smaller amount comes from live donors, mostly from a relative or friend. "It is morally wrong to continue to let patients suffer and die on dialysis when we can do something to prevent it," Arthur Matas, a University of Minnesota transplant surgeon, told a conference in Rotterdam on European transplantation policy. Those who defend these bans "are sentencing some of our transplantation candidates to death," he argued in a plea for a regulated market in organs to help meet the growing demand

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