quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SUS, Olinda e Ouro Preto

O Fórum Social Mundial da Saúde lançou uma palavra de ordem: SUS, Patrimônio da Humanidade! E, considera que com isso melhorará a vida de todos. Cada um age da forma mais apropriada para alcançar seus objetivos. SUS, Olinda e Ouro Preto não combinam. Nesse blogue se publica com insistência todas as ações positivas da assim chamada "saúde pública" (nome que os detratores aplicam ao SUS) e, principalmente contra os propagadores da "falência da saúde pública". Tudo seria bonito e delicioso, se a vida real fosse um happening como esse, principalmente realizado em Belém do Pará.
Mas, a realidade é diferente. Parte considerável dos presentes nesse evento defendem interesses específicos: de corporações ou de portadores de doenças específicas. Poucos entendem o SUS como um dos maiores exercícios de cidadania vividos nesse país. Quase nenhum dos presentes aceita formas avançadas de gestão e de controle efetivo. Confundem o SUS com a administração direta do Estado.
Em tempo: ao contrário do afirmado na reportagem abaixo da Agência Brasil, a mortalidade infantil apresenta taxas declinantes bem antes de 1988 (Constituição) e 1990 (Lei Orgânica).
Ativistas defendem candidatura do SUS a patrimônio imaterial da humanidade Amanda CieglinskiEnviada Especial Belém - Os participantes do Fórum Social Mundial da Saúde (FSMS) vão lançar a candidatura do Sistema Único de Saúde (SUS) a patrimônio imaterial da humanidade. A idéia foi apresentada na manhã de hoje (26), durante ato político que contou com a participação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ele afirmou que vai garantir apoio político para a idéia, que classificou como inovadora. Segundo ele, essa é a primeira vez que uma política pública será patrimônio da humanidade. “É uma iniciativa dos movimentos populares e acho importante pela abrangência do SUS e pelo fato de que ele atende indistintamente todas as etinas, todas as nacionalidades que vivem no Brasil”, afirmou Temporão. O FSMS discute desde ontem a implantação de sistemas universais de sáude em todo o mundo. Temporão ressaltou que o Brasil é um exemplo, já que poucos países adotam o sistema de atendimento universal. Ente eles, Inglaterra, Portugal e Canadá. “Esse modelo ganha cada vez mais importância em um momento de crise econômica como o atual, porque ela vai causar um aumento do desemprego e as pessoas serão atendidas no sistema público. Eu, que sou militante da causa, apóio que o mundo inteiro seja atendido por sistemas universais”, defendeu o ministro. Temporão afirmou que o SUS ainda tem suas “fragilidades”. “Um exemplo é o subfinanciamento crônico que impede que esse processo de extensão da cobertura se dê com mais qualidade. Outra questão é a gestão: há o desafio permanente de como usar com mais eficiência o recurso.” Outra novidade apresentada na manhã de hoje durante o Fórum foi o lançamento da I Conferência Mundial dos Sistemas Universais da Saúde, que será realizada no Brasil. Embora a data ainda não tenha sido definida, a previsão é que ocorra entre 2009 e 2010. A queda na mortalidade infantil, o programa de combate à Aids e o Saúde na Família foram citados pelo ministro como exemplo do saldo positivo do SUS durante seus 20 anos de existência.

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