Nos ano de 1978/79, acadêmico de medicina na USP, militante do movimento estudantil, atuava em várias ações do Comitê Brasileiro de Anistia. Uma atividade era visitar os presos políticos no presídio do Barro Branco, zona norte de São Paulo, aos sábados. Lá conheci um preso que foi libertado em 1979 com a Anistia e, continua militando até agora no PT. Em 1966, ele foi falsamente acusado de lançar uma bomba em um aeroporto (nem a então "justiça militar" aceitou a denúncia).
Conversamos um pouco sobre política (nenhuma convergência à época), movimento estudantil (ele não aceitava um congresso da UNE em Salvador, deveria ser em São Paulo) e, chegamos a um único ponto comum: ambos éramos "oriundi". Disse-me ele que o Cônsul da Itália o visitou na prisão logo após sua chegada. O representante consular mostrou que por direito, ele poderia requisitar a cidadania italiana. Esse fato redundaria em um pedido por parte do "governo da Bota" na sua transferência para a Itália. Seria um caso juridicamente confuso, mas que significaria uma reprovação ao governo brasileiro. Ele declinou a proposta porque a sua luta era aqui no Brasil.
Fica o relato, sem o nome, mas que é de fácil identificação para quem é do "meio".
Nosso protagonista poderá ou não confirmar o fato (entendo as conveniências políticas, principalmente as de dentro do PT), mas que aconteceu, aconteceu.
Naquele momento, o Brasile era uma ditadura, que deixou de ser, e a Itália era e continua sendo uma democracia. Apesar de vacilar no golpe da Argentina em 1976, a Itália até hoje persegue os torturadores de ítalo-argentinos da ditadura platina de 1976-83. (fonte: blogue do Nelson Franco Jobim)
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