Mostrando postagens com marcador aborto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aborto. Mostrar todas as postagens

domingo, 13 de maio de 2007

A eugenia em marcha

The New York Times continua divulgando o debate sobre o aborto após teste genético. Trata-se de prática comum no Brasil onde não não há aborto legal. O exame é indicado e realizado por médicos e pacientes que - em aparente contradição - são contrários a estender o acesso do aborto ao restante da população. Na verdade, não gostam de pessoas diferentes. Eu não tenho dúvida em não indicar e renegar esses testes. Dado que o casal esteja interessado em ter um filho, não interessa a doença, sexo ou cor dos olhos.....Uma coisa é o direito em não ter filhos, outra é a repulsa a não ter um filho em particular. Abaixo, parte inicial do texto que pode ser lido para leitores cadastrados clicando o título do post.
New technology may complicate the debates over abortion. By Amy Sharmon Published: May 13, 2007 SARAHLYNN LESTER, 32, considers herself a supporter of abortion rights. She gives money to the National Abortion Rights Action League and volunteers for Planned Parenthood. But as a woman who continued a pregnancy after learning that her child would have Down syndrome, she also has beliefs about the ethics of choosing, or not choosing, certain kinds of children. “I thought it would be morally wrong to have an abortion for a child that had a genetic disability,” said Ms. Lester, a marketing manager in St. Louis. As prenatal tests make it possible to identify fetuses that will have mental retardation, deafness, early-onset Alzheimer’s disease and a range of other conditions, such personal deliberations are adding a new layer to the fraught political debate over abortion. Abortion rights supporters — who believe that a woman has the right to make decisions about her own body — have had to grapple with the reality that the right to choose may well be used selectively to abort fetuses deemed genetically undesirable. And many are finding that, while they support a woman’s right to have an abortion if she does not want to have a baby, they are less comfortable when abortion is used by women who don’t want to have a particular baby. “How much choice do you really want to give?” asked Arthur Caplan, chairman of the department of medical ethics at the University of Pennsylvania School of Medicine. “That’s the challenge of prenatal testing to pro-choicers.”

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Pena de morte e aborto: a maioria incoerente domina a cena.

No domingo e hoje, a Folha de S.Paulo apresenta pesquisa de opinião pública sobre dois temas relacionados à vida: pena de morte e aborto. Esse último assunto é relevante para a saúde pública visto que taxas baixas de mortalidade infantil somente ocorrem em países com aborto legalizado, sem falar nas taxas elevadas de mortalidade materna em decorrência das complicações dos abortos mal feitos em clínicas clandestinas.
A questão pena de morte e aborto, no entanto não serão resolvidas em breve, porque não há a mínima coerência em quem realmente decide porque há quatro possibilidades nessa questão e as duas contraditórias são as com maior força.Explico melhor.
(1) contra o aborto e a pena de morte: posição da Igreja Católica (e de seitas pentecostais), baseia-se no status quo, mas não é majoritária nem mesmo entre os católicos e pentecostais. Posicionamento em relação à vida: coerente.
(2) a favor do aborto e da pena de morte: posição minoritária na sociedade encampada por igrejas protestantes não-pentecostiais e por alguns intelectuais pragmáticos. Posicionamento em relação à vida: coerente.
(3) contra a pena de morte e a favor do aborto: posição da esquerda tradicional com força hoje no parlamento para evitar um plebiscito que lhe seria desfavorável nos dois temas. Posicionamento em relação à vida:incoerente. (4) a favor da pena de morte e contra o aborto: posição da maioria da população, encampada pela direita tradicional (ainda existe??), posição que venceria um plebiscito hoje ou nos próximos anos. Posicionamento em relação à vida: incoerente.
A solução para os dois temas é plebiscitária - minha opinião - mas não ocorrerá porque não interessa à esquerda no poder, nem aos religiosos. Por isso, essa discussão hoje é boa para ocupar espaço em jornal quando não há notícia de interesse. O ministro Temporão tem se posicionado com coerência, mas ao atiçar contra si fanáticos estará facilitando a vida de seu colega que quer "garfar" quase dez bilhões do orçamento da saúde.