Na Folha de S.Paulo, mais explicações sobre a queda dos homicídios em São Paulo, pelo sociólogo Cláudio Beato da UFMG. Finalmente, discutir a redução do homicídio deixou de ser tabu para a imprensa paulista. Concordo com ele, sobre a pouca importância, para não dizer da imprecisão metodológica do já famoso "Mapa da Violência". Mas, Cláudio cometa um erro ao afirmar que as regiões metropolitanas de Rio e São Paulo representam 40% dos homicídios, essa proporção foi menor em 2004: 12523/4874 ou 26%. Outro aspecto importante da entrevista foi afirmar que não sabe o que acontece em várias áreas, principalmente em Pernambuco. Bom, muito bom mesmo, um intelectual afirmar que não sabe explicar um fato. Sem qualquer ironia. Abaixo, trecho da entrevista onde valoriza a política de Covas, mas ressalta um efeito adverso, a organização prisional decorrente do número elevado de prisões.
FOLHA - Por que São Paulo diminuiu algumas taxas em proporções maiores que as de Bogotá? BEATO - No caso de São Paulo, o importante foi o investimento feito em segurança pública desde a época de Mário Covas [1995-2001]. Covas fez cortes em quase todas as áreas, menos em segurança. Hoje o sistema de segurança de São Paulo é um dos mais bem montados do país. Apareceram outros problemas. Tiraram criminosos das ruas, mas permitiram que se organizassem nas prisões.
FOLHA - E as políticas sociais? BEATO - Eu ia falar disso. Ao lado do investimento em segurança, em prisões, você teve um sem número de atividades de sociedade civil, de programas em escolas, no Jardim Ângela. A gente não sabe o impacto desses programas. Houve uma reação da sociedade contra a violência. Algumas prefeituras, tal como a de Diadema, começaram a se envolver no combate à violência. Os governos também desenvolveram um grande número de projetos sociais. Você não reduz crime com uma medida só, é sempre uma somatória de ações.
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